Na Índia, em 2016, as cédulas de alto valor foram retiradas
de circulação pelo governo indiano. Tal medida fez com que a polução de
aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas, começasse uma corrida para trocar as
notas de 500 e 1 mil rúpias, ou depositar tais valores nas contas dos cidadão.
A decisão visa combater a corrupção, o mercado ilegal e a
evasão de divisas, uma vez que uma grande parcela dos trabalhadores no país
recebem seus salários em espécie. Apesar do desconforto em ter que trocar
o dinheiro, não se via revolta nas filas, pois, os cidadãos indianos
concordaram com a medida adotada pelo governo. As pessoas começaram a
fazer o que podiam para trocar o dinheiro. Até mesmo em algumas festas de
casamento, os convidados é que pagaram a conta.
A Cidade do Amanhecer
Entretanto, em Auroville, também conhecida como "A
Cidade do Amanhecer", localizada próximo a Pondicherry, no sul do país, a
retirada das cédulas parece não ter causado grandes mudanças.
Fundada em 1968, cerca de 50 mil pessoas vivem no lugar. Por
se tratar de uma comunidade internacional, a cidade é formada por pessoas de
vários cantos do mundo. É possível encontrar até mesmo brasileiros por lá. Auroville
foi criada para ser um povoado internacional onde a busca por uma vida mais
sustentável e harmônica pudesse fosse possível.
A parisiense, Mirra Alfassa, é a fundadora da cidade. Com o
passar dos anos, ela se tornou conhecida como "a Mãe". Nascida em
1878, na França, filha de uma mãe egípcia e um pai turco, Alfassa estudou
ocultismo na Argélia. Na Índia, ela conheceu seu companheiro, mentor e
professor de ioga, Sri Aurobindo, em 1914
A cidade e suas
regras
Para ser um cidadão de Auroville é preciso obedecer algumas
regras. Auroville não possui um dono, a cidade pertence a toda humanidade.
Viver lá significa ser um servidor da consciência divina. No lugar, a educação
e o progresso são infinitos e a juventude nunca envelhece. Auroville quer ser a
ponte, através das experiências do passado, para o futuro. Dessa forma, a
cidade é a experiência na busca pela unidade humana verdadeira.
Auroville ocupa, atualmente, uma área de 20 quilômetros
quadrados, onde um terreno deserto abandonado, após o plantio de um milhão de
árvores, se transformou em uma área verde. Alfassa idealizou uma sociedade sem
dinheiro, onde o trabalho coletivo e a troca de serviços tornariam o uso do
dinheiro irrelevante.
Ocorreram crimes, conflitos e já foram levantadas as suspeitas
da respeito de sua transparência financeira. Entretanto, Auroville continua a
florescer. Seus cidadãos têm empresas de diversos segmentos, como tecnologia e
industria têxtil.
A cidade abriga o Matrimandir, que em sânscrito
significa Templo da Mãe Divina, onde os habitantes de Auroville vão para
meditar e que muito se assemelha a uma grande bola de golfe dourada. A cidade
foi desenhada pelo arquiteto francês Roger Anger. Sua inspiração foram as
galáxias. Anger projetou a cidade em várias "linhas de força" que se
desenrolam a partir do ponto central da cidade onde está localizado o Matrimandir.
Em Auroville, não existe propriedade privada da terra, casa
ou comércios. Tudo é do coletivo. Segundo a página da cidade na internet,
"trabalhar não é uma forma de se sustentar mas de servir ao divino".
Os sonhos em Auroville
Futuro próximo trafegar pelas estradas da cidade. A cidadã,
cuja identidade não foi revelada, está financiando o projeto e trabalha no
atendimento de visitantes no centro de informações. "Minha missão é
trazer o transporte elétrico para Auroville. Fiquei horrorizada ao ver tantas
motocicletas!", explicou.
Auroville ainda não se libertou do dinheiro completamente,
no entanto, as coisas no lugar já funcionam de modo bem diferente do restante
do mundo. Muitos residentes possuem rendimentos próprios ou recebem apoio
financeiro de familiares e amigos. "Quem não tem rendimentos recebe ajuda,
mas é um valor que dá apenas para viver modestamente. O importante é fazer amigos
na comunidade e encontrar uma maneira de contribuir com a sua energia",
concluiu.
Fonte: www.fatosdesconhecidos.com.br
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