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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Arma biológica - Insetos modificados geneticamente com potencial de espalhar doenças


Uma denúncia publicada recentemente na revista 'Science' por pesquisadores liderados pelo cientista Richard Guy Reeves, do Instituto Max Planck de Biologia Evolutiva, na Alemanha, preocupou o mundo e a comunidade científica. Segundo o editorial, a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency - Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) estaria desenvolvendo insetos que seriam capazes de carregar armas biológicas. Eles funcionariam como meios de se disseminar doenças em nações inimigas, podendo se tornar armas biológicas de destruição em massa.

Na verdade, o projeto em questão não é novo, mas quando foi anunciado em 2016 com o nome "Insect Allies" (insetos aliados), a agência informou que tudo não passava de um programa para proteger o suprimento de alimentos agrícolas. Funcionaria assim: insetos criados em laboratórios forneceriam genes protetores para as plantas, garantindo que a produção agrícola se mantivesse estável e livre de vírus perigosos que pudessem representar alguma ameaça a segurança alimentar.

Acontece que, segundo especialistas, não haveria nenhuma necessidade de se usar insetos modificados para proteção de campos, já que isso poderia ser facilmente feito de formas tradicionais, que são menos complicadas e arriscadas. Cientistas também afirmam que o sistema criado, ainda que servisse apenas a interesses agrícolas, poderia ser muito danoso à natureza e aos próprios campos de cultivo, podendo representar uma grave ameaça a humanidade.



"Todo o projeto revela uma intenção de fazer um meio de entrega para fins ofensivos. Em nossa opinião, o programa é uma má ideia, porque a simplificação óbvia do plano de trabalho com tecnologias já existentes pode gerar novas armas de ação rápida, capazes de ameaçar qualquer espécie de cultivo", afirmaram os especialistas em seu editorial. Para amenizar a situação, os cientistas pediram mais transparência no projeto, de forma que seu desenvolvimento e suas implicações sejam discutidos publicamente.



Já a DARPA negou todas as ilações feitas por Reeves e seus colegas, e disse em comunicado: "Não estamos produzindo armas biológicas e nem meios para sua entrega. Nós aceitamos e concordamos com todas as preocupações sobre o potencial uso dessas tecnologias, mas é comum isso acontecer todas as vezes que aparecem novas tecnologias poderosas. Estamos em busca de novas formas de oferecer tratamentos mais precisos e eficazes através de sistemas que possam ser adaptados para enfrentar uma série de ameaças". www.curtoecurioso.com


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sábado, 4 de janeiro de 2020

Tratamento térmicos cria um novo caminho para a criação de aço industrial por impressão 3D



Manufatura aditiva de aço

A manufatura aditiva, também conhecida como impressão 3D, tornou-se rapidamente uma alternativa promissora para a indústria aeroespacial, permitindo criar peças customizadas em formatos complexos.

Entretanto, a impressão 3D de peças de aço ainda é problemática porque a microestrutura do aço obtido por essa tecnologia é diferente daquela resultante da fabricação tradicional, o que pode comprometer as propriedades mecânicas do material.

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), descobriram que a solução para esse desafio pode estar em uma técnica que é parte integrante da metalurgia tradicional: o tratamento térmico.

Aços maraging


O aço está enfrentando forte concorrência do alumínio, que está cada vez mais forte e funciona bem na manufatura aditiva.

Fábio Conde e seus colegas se concentraram no aço maraging (MARtensite Aging) grau 300, um material ultrarresistente obtido a partir do envelhecimento da matriz martensítica - que, por sua vez, é um produto da austenita. Além da resistência mecânica, ele é dúctil, isto é, capaz de absorver deformações, uma característica importante em materiais submetidos a cargas intensas e ciclos de fadiga, como uma turbina de avião ou um trem de pouso, por exemplo.

Durante o envelhecimento tradicional do aço maraging, os diferentes elementos que formam sua microestrutura se agrupam. São esses grupos que determinam resistência e ductilidade do material e sua organização depende de fatores como tempo e temperatura.

Entretanto, devido à heterogeneidade da precipitação desses elementos de liga na matriz durante a manufatura aditiva, o envelhecimento tradicional - tratamento térmico em temperatura que varia conforme a liga utilizada, mas que geralmente é feito na faixa de 500 ºC por um período de até quatro horas - não traz o efeito esperado na microestrutura do aço - ele atinge a resistência desejada, mas não a ductilidade.

Os pesquisadores tentaram, então, alterar os agrupamentos de elementos com temperaturas diferentes das usuais. O objetivo era aumentar a quantidade de austenita na matriz martensítica, que tem ductilidade maior do que a martensita. "Buscamos uma faixa de temperatura e de tempo de exposição em que parte da martensita se dissolvesse o suficiente para formar austenita e ficasse estável, ou seja, não voltasse à forma original," explicou o professor Julián Diaz.

Impressão 3D de aço maraging

As peças de aço maraging usadas foram construídas por fusão a laser seletiva e homogeneizadas a 820 °C. Depois de fabricadas, as amostras foram submetidas a revenimento - tratamento térmico no campo bifásico - em três temperaturas, 610 °C, 650 °C e 690 °C, por cerca de 30 minutos.

Nos dois primeiros casos, houve transformação gradual e significativa da martensita em austenita, com alta estabilidade térmica, que seria o cenário ideal para promover a ductilidade. Já aos 690 °C, houve formação excessiva da fase austenita e conversão indesejada do material em martensita durante o resfriamento.

"Conseguimos criar uma matriz que aparenta ser resistente, embora não ao ponto do aço maraging tradicional, mas com ductilidade considerável," disse Diaz.

Para continuar melhorando o material, a equipe pretende fazer novas análises cristalográficas, em diferentes faixas de temperatura, e, depois, submeter o material a testes mecânicos.

Por enquanto, a manufatura aditiva do aço só é usada em protótipos, justamente por conta da imprevisibilidade de sua microestrutura. Espera-se que, com este trabalho e os próximos que virão, seja mais fácil viabilizar seu uso efetivo em indústrias críticas. "A partir disso, poderemos criar tecnologias que mudarão a vida de várias maneiras," disse Diaz.
Font: Revista: Additive Manufacturing


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SapoFonte um equipamento de comunicação que permite ligar para o sapo e saber o que ele tem a dizer




SapoFone

O sapatofone do Agente 86 está para perder seu posto de equipamento de comunicação mais bizarro já idealizado.

Adrian Sanchis e uma equipe de três universidades australianas acaba de criar o "SapoFone", um aparelho que permite aos cientistas fazer chamadas para os sapos no meio ambiente, com vistas a observar seu comportamento.

Uma vez posto perto da lagoa ou qualquer outro habitat dos sapos que se quer estudar, o SapoFone permite "chamar" os sapos de qualquer lugar, a qualquer hora, usando o próprio celular. As respostas podem chegar na forma de voz - dos sapos, é claro - ou por mensagens de texto emitidas pelo equipamento de monitoramento local.

"Estimamos que o dispositivo com o microfone atual possa detectar sapos chamando de um raio de 100 a 150 metros. O dispositivo nos permite monitorar a população local de sapos com mais frequência e maior facilidade, o que é significativo, já que as espécies de sapos são amplamente reconhecidas como indicadores de saúde ambiental," disse Sanchis.

O monitoramento acústico de animais geralmente envolve visitas de um pesquisador ao local ou o uso de dispositivos acústicos passivos alimentados por bateria, que registram chamadas e as armazenam localmente no dispositivo para posterior análise. Isso geralmente requer observação noturna, quando os sapos são mais ativos.

Agora, quando os pesquisadores discam remotamente para o SapoFone, a chamada pode ser gravada no próprio celular do pesquisador, dispensando o deslocamento para recolhimento dos dados.

Código aberto



O SapoFone unifica os métodos de monitoramento ativo e acústico passivo, tudo em um invólucro à prova d'água. O sistema possui uma bateria de grande capacidade acoplada a um painel solar. Ele também contém sensores térmicos digitais para coletar automaticamente dados ambientais, como temperatura da água e do ar em tempo real.

O sistema simula os principais recursos de um celular. O SapoFone aceita chamadas de forma independente com intervalos de apenas três segundos. Esses três segundos dão tempo para ativar os sensores de temperatura e medir os níveis de armazenamento da bateria. Todas as leituras são automaticamente enviadas para o telefone do chamador.

"O SapoFone ajudará a reduzir drasticamente os custos e riscos envolvidos em pesquisas remotas ou de alta intensidade. Seu uso também minimiza os possíveis impactos negativos da presença humana nos locais da pesquisa. Esses benefícios são ampliados com o aumento da distância e inacessibilidade de um campo," disse a pesquisadora Anke Hoefer.

Todo o sistema do SapoFone está sendo disponibilizado pela equipe em código aberto. Futuramente, eles pretendem incluir microfones multidirecionais e um link via satélite, para observar locais onde o sinal de telefonia celular não alcança.
Fonte: Revista: Methods in Ecology and Evolution


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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Células vivas guardam dados e fazem computação assim comprovam pesquisadores do MIT

As memórias guardadas nas células vivas podem ser lidas sem destruir a célula.

Biocomputação


Usando uma técnica capaz de editar com precisão as bases de DNA, pesquisadores do MIT criaram uma maneira de armazenar memórias complexas no DNA de células vivas, incluindo células humanas.

O novo sistema de biocomputação pode ser usado para registrar a intensidade, duração, sequência e temporização de vários eventos na vida de uma célula, como a exposição a determinados produtos químicos.

Assim, essa capacidade de armazenamento de memória pode atuar como a base de circuitos complexos, nos quais um evento, ou uma série de eventos, desencadeia outro evento, como a produção de uma proteína fluorescente, para emitir um alerta ou fazer um diagnóstico.

"Esta plataforma nos dá uma maneira de codificar operações de memória e lógica nas células de maneira escalonável," disse o professor Fahim Farzadfard. "De forma semelhante aos computadores baseados em silício, para criar formas complexas de lógica e computação precisamos ter acesso a grandes quantidades de memória".

As aplicações para esses biocircuitos de memória complexos incluem o rastreamento de alterações que ocorrem de geração em geração, à medida que as células se diferenciam, ou a criação de sensores que podem detectar e possivelmente tratar células doentes.

O sistema usa uma variante da enzima CRISPR-Cas9, que produz mutações mais bem definidas porque modifica e armazena diretamente informações em bases de DNA, em vez de cortar o DNA e esperar que as células reparem os danos. E isso funciona em células humanas e bacterianas.

"Este trabalho tenta superar todas as limitações dos anteriores," disse o professor Timothy Lu. "Isso nos aproxima muito da visão definitiva, que consiste em ter sistemas de memória robustos, altamente escalonáveis e definidos, semelhantes à maneira como um disco rígido funcionaria".


Detectar e tratar doenças




Esquema da biocomputação feita nas células vivas.

A maioria das versões anteriores do armazenamento de memória celular exigia que as memórias armazenadas fossem lidas sequenciando o DNA. No entanto, esse processo destrói as células, de modo que nenhum outro experimento pode ser feito com elas. Nesta nova técnica, os circuitos têm como saída final a ativação do gene que controla a produção da proteína verde fluorescente (GFP), ou seja, o resultado sai na forma de um sinal luminoso, deixando a célula intacta.

A tecnologia pode ser usada para criar células imunológicas - em cobaias, possivelmente - que produzam GFP quando certas moléculas de sinalização são ativadas, que poderão ser analisadas a partir de amostras de sangue.

Outra aplicação possível é projetar circuitos que possam detectar a atividade gênica ligada ao câncer, dizem os pesquisadores.

Esses circuitos também podem ser programados para ativar genes que produzam moléculas para combater a doença. "Essas são aplicações que podem estar mais distantes do uso no mundo real, mas certamente são habilitados por esse tipo de tecnologia," disse Lu. Fonte: Revista: Molecular Cell




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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

DNA das coisas invenção de Julian Kock da ETH permite reproduzir qualquer objeto









Este coelho de teste pode ser inteiramente reproduzido por uma impressora 3D a partir de uma pequena amostra dele próprio.

Informações incorporadas nos objetos

A manufatura aditiva ganhou um novo impulso, e a internet das coisas pode até ganhar um novo significado, graças à invenção de Julian Koch e colegas do Instituto Federal de Tecnologia (ETH) de Zurique, na Suíça.

A invenção consiste em uma técnica para transformar virtualmente qualquer objeto em um sistema de armazenamento de dados, tornando possível salvar dados em, digamos, botões de camisa, garrafas de água ou até lentes de óculos, e depois recuperar essas informações anos depois.

Como usa moléculas sintéticas de DNA como meio de armazenamento, a técnica poderá também permitir esconder informações ou guardar dados para futuras gerações, e mesmo viabilizar robôs que constroem réplicas de si mesmos.

DNA das Coisas
Os seres vivos trazem consigo seu próprio manual de instruções de montagem e operação, na forma do seu DNA.

Os objetos inanimados não contam com esse facilitador. Por exemplo, qualquer pessoa que deseje imprimir um objeto em 3D também precisa de um conjunto de instruções. Se for necessário imprimir o mesmo objeto novamente anos depois, será necessário dispor das informações digitais originais.

Esta nova técnica possibilita que o próprio objeto armazene suas instruções de impressão, fornecendo um meio de guardar informações extensas em quase qualquer objeto. "Com esse método, podemos integrar instruções de impressão 3D em um objeto, para que, após décadas ou mesmo séculos, seja possível obter essas instruções diretamente do próprio objeto," explica o pesquisador Robert Grass.


É por isso que, inspirando-se no termo "internet das coisas", Grass e seus colegas chamaram a técnica de "DNA das coisas".

A técnica é derivada de um trabalho anterior da equipe, que propôs a criação de "fósseis sintéticos" para guardar todo o conhecimento da humanidade para a posteridade. São "códigos de barra" de DNA, com 100 bits de código, incorporados em minúsculas esferas de vidro, uma tecnologia que já está no mercado, ajudando a diferenciar produtos originais de suas cópias

Máquinas que constroem máquinas
A equipe agora descobriu como ampliar drasticamente a capacidade de armazenamento de dados, saindo dos seus 100 bits por esfera de vidro para potenciais 215.000 terabytes em cada grama de DNA. Essa capacidade ainda é teórica, mas a equipe já conseguiu colocar um álbum de música inteiro no DNA, o equivalente a 15 megabytes.

Os primeiros objetos inanimados dotados do seu próprio DNA sintético também já estão prontos, contendo todas as instruções para a impressão 3D de réplicas. A equipe precisou retirar apenas uma pequena amostra do seu coelho para imprimir uma cópia completa.

Uma aplicação adicional da tecnologia seria ocultar informações em objetos do cotidiano, uma técnica que os especialistas chamam de esteganografia. Olhando mais para o futuro, a equipe fala também na utilização do DNA das Coisas para permitir o desenvolvimento de máquinas autorreplicantes.
Fonte: Revista: Nature Biotechnology


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domingo, 29 de dezembro de 2019

Uma lente de contato inteligente confere superpoderes aos seres humanos



Lentes de contato eletrônicas
As lentes de contato robóticas têm prometido verdadeiros superpoderes aos seres humanos, de visão de raios laser até um zoom telescópico embutido no olho.

Essa tecnologia, ainda em estágio de desenvolvimento, recebeu agora um impulso enorme: uma fonte de energia recarregável sem fios, ou seja, todo o equipamento instalado na lente de contato pode ser abastecido e continuar funcionando sem sequer ser retirado do olho do usuário.

Em vez de uma bateria tradicional, Jihun Park e colegas da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, usaram um supercapacitor que pode ser fabricado por impressão, viabilizando sua colocação na lente de contato.

Além do supercapacitor recarregável, o protótipo conta com uma antena e um LED vermelho, tudo funcionando sem obscurecer a visão do usuário. Parece ficção científica, mas o dispositivo já foi testado por um voluntário e funcionou perfeitamente

Supercapacitor recarregável
O supercapacitor é feito de eletrodos de carbono e um eletrólito de polímero de estado sólido. Cada material é disperso em um solvente e impresso como camadas separadas na lente. Uma técnica de alta precisão, chamada escrita direta por tinta em microescala, permite que o supercapacitor seja impresso fora da área que cobre a pupila do usuário, o que significa que o dispositivo não interfere na visão.

A unidade flexível de transferência de energia sem fio - compreendendo um circuito retificador ultrafino e uma antena feita de nanofibras e nanofios de prata - permite que a lente de contato seja recarregada a uma distância de cerca de 1 cm de uma bobina transmissora.



A lente de co.ntato recarregável foi testada em coelhos vivos e finalmente em um humano - durante os 10 minutos de teste, nenhum dano foi detectado no olho do voluntário.
Fonte: Revista: Science Advances


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Telescópio Cheops da ESA dedicado ao estudo de planetas extrassolares, ou exoplanetas.









Impressão artística do Cheops em órbita, com um sistema de exoplanetas ao fundo.

Características dos exoplanetas
Foi lançado com sucesso ao espaço o observatório Cheops, a primeira missão da ESA (Agência Espacial Europeia) dedicada ao estudo de planetas extrassolares, ou exoplanetas.

Cheops é uma sigla para CHaracterising ExOPlanet Satellite, ou Satélite de Caracterização de Exoplanetas, uma parceria entre a ESA e a Suíça, com um consórcio próprio liderado pela Universidade de Berna e com contribuições de outros 10 estados membros da agência espacial.

A missão Cheops da ESA levanta voo a bordo de um foguetão Soyuz-Fregat. Crédito: ESA - S. Corvaja



Ao contrário dos telescópios caçadores de exoplanetas anteriores, como a missão Corot e as missões Kepler e TESS da NASA, o observatório Cheops não é uma "máquina de descobertas", mas uma missão de acompanhamento, focada em estrelas individuais que já são conhecidas por abrigar um ou mais planetas. Ele também identificará os melhores candidatos para estudos detalhados por futuros observatórios.

Tamanho e densidade dos exoplanetas
A missão observará estrelas brilhantes, medindo mudanças minúsculas de brilho devido ao trânsito do planeta através do disco da estrela. Os principais alvos são estrelas que possuem planetas na faixa de tamanho entre a Terra e Netuno.

As medições de alta precisão permitirão calcular o tamanho de cada exoplaneta. Juntamente com informações independentes sobre as massas dos planetas, isso permitirá determinar a densidade de cada um, viabilizando uma primeira caracterização desses mundos extrassolares. A densidade de um planeta fornece pistas vitais sobre a sua composição e estrutura, indicando, por exemplo, se é predominantemente rochosa ou gasosa, ou mesmo a presença de oceanos significativos.

A missão Cheops prepara o caminho para a próxima geração de observatórios de exoplanetas da ESA - Plato e Ariel - planejados para a próxima década. Juntas, estas missões ampliarão o conhecimento necessário para responder à pergunta fundamental: Quais são as condições para a formação dos planetas e o aparecimento da vida no Universo?
Fonte: Inovação Tecnológica





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sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Pesquisadores explicam o porque não vemos os extraterrestres



Para os pesquisadores, a vida extraterrestre inteligente pode
estar explorando a galáxia e esperando o melhor momento para vir à Terra

Um estudo publicado no The Astronomical Journal defende que a Via Láctea pode estar repleta de civilizações alienígenas. A teoria sugere que seres extraterrestres estão explorando a galáxia utilizando o movimento dos sistemas estelares para viajar entre estrelas, e por isso não visitaram a Terra nos últimos 10 milhões de anos.

O trabalho é uma possível resposta à pergunta do Paradoxo de Fermi sobre por que ainda não detectamos sinais de inteligência extraterrestre. Para os autores do novo estudo, isso pode ser uma estratégia dos alienígenas.

Telescópios no mundo inteiro procuram sinais de extraterrestres no espaço



Segundo o cientista da computação e principal autor do estudo Jonathan Carroll-Nellenback, as estrelas (e os planetas ao seu redor) orbitam a galáxia seguindo diferentes caminhos e com diferentes velocidades. Ocasionalmente, os sitemas se cruzam. Assim, os alienígenas poderiam estar esperando o próximo destino se aproximar deles.

Os autores explicam as que pesquisas anteriores não levaram em conta um fato crucial sobre nossa galáxia: ela se move. Assim como os planetas orbitam estrelas, os sistemas estelares orbitam o centro galáctico. Nosso Sistema Solar, por exemplo, leva 230 milhões de anos para completar a volta.

Assim, de acordo com o estudo, se as civilizações surgirem em sistemas estelares distantes dos demais (como o nosso, que fica nas marés da galáxia), os alienígenas podem encurtar a viagem aguardando até que seu caminho orbital os aproxime de um sistema estelar habitável, Uma vez instalados no novo sistema, os extraterrestes poderiam esperar novamente por uma distância ideal para fazer outro salto, e assim por diante.

Modelo de sonda interestelar



"Se esse processo demorar um bilhão de anos, então essa é uma resposta para o Paradoxo de Fermi. Os mundos habitáveis são tão raros que você precisa esperar muito para abandonar uma civilização e partir para outra”, disse Carroll-Nellenback.

Para simular a exploração da galáxia por uma civilização, os pesquisadores se basearam nos modelos numéricos das sondas interestelares e evitaram tentar adivinhar as motivações políticas dos alienígenas - uma tendência que alguns astrônomos veem como uma armadilha em outras soluções para o Paradoxo de Fermi. "Tentamos criar um modelo que envolvesse o menor número de suposições sociológicas", disse Carroll-Nellenback.

O espaço desconhecido

Os pesquisadores também defendem que o espaço permanece praticamente inexplorado. Estudos já detectaram que existem pelo menos 100 bilhões de estrelas na Via Láctea e um número ainda maior de planetas. Além disso, outro estudo publicado no The Astronomical Journal estimou que podem existir até 10 bilhões de planetas parecidos com a Terra.

Os autores também defendem que os alienígenas podem ter passado por aqui há tanto tempo que talvez não haja mais sinais de sua visita. Ou eles simplesmente não querem interagir com um planeta que já tem vida. "Isso não significa que estamos sozinhos. Significa apenas que os planetas habitáveis são provavelmente raros e difíceis de alcançar", disse Carroll-Nellenback.

Obviamente, o que realmente melhoraria a capacidade dos cientistas para estimar a probabilidade de estarmos sozinhos no universo seria mais dados sobre a velocidade ou o alcance das sondas interestelares. Uma noção melhor de quanto tempo as civilizações alienígenas hipotéticas durariam também seria útil.
Fonte: Business Insider



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domingo, 22 de dezembro de 2019

Telescópio TESS parece que encontrou pistas sobre o planeta misteriosos 9



Parece haver algo grande à espreita nos confins do Sistema Solar, mexendo com as órbitas de algumas das rochas do Cinturão de Kuiper, passando por Netuno. Astrônomos acreditam que é um planeta com cerca de cinco vezes a massa da Terra . Eles o chamam de Planeta Nove.

Mas encontrar esse possivel planeta não é tão simples. Visto daqui da Terra, ele nos pareceria extremamente pequeno e fraco, isso se soubéssemos par aonde olhar, coisa que não sabemos. Os astrônomos estão pesquisando (e encontrando outras coisas realmente legais no processo ), mas é um trabalho lento e meticuloso. De acordo com um novo artigo , no entanto, poderia haver outra maneira: o Transess Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA. E é até possível que o planeta já tenha sido observado, e esteja oculto nos dados do TESS.

Você pode estar pensando "claro, é um telescópio que caça planetas", mas procurar planetas muito distantes e procurar planetas relativamente próximos são duas coisas diferentes. O TESS procura exoplanetas usando o método de trânsito. Ele olha fixamente para determinadas seções do céu por longos períodos, buscando por diminuições fracas e regulares na luz das estrelas, cuja causa seria a passagem de planetas que orbitam aquela estrela. A órbita desses planetas, quando se situa entre nós e a estrela é conhecida como trânsito.

E uma única exposição não revelaria um objeto tão fraco quanto o Planeta Nove. No entanto, a maneira como o TESS olha fixamente para o céu por longos períodos pode ser combinada com uma técnica de astronomia chamada rastreamento digital. Para revelar quedas de trânsito, o TESS tira muitas fotos de um campo de visão. Se você empilhar essas imagens, os objetos fracos podem se tornar muito mais brilhantes, revelando corpos que, de outra forma, ficariam ocultos.

Como o Planeta Nove é um objeto em movimento, apenas empilhar as imagens não revelaria necessariamente o planeta. É aqui que você precisa adivinhar um pouco para calcular uma órbita estimada do objeto, mudar as exposições para o centro da sua posição estimada e, então, empilhar as imagens. "Para descobrir novos objetos, com trajetórias desconhecidas", escreveram os pesquisadores em seu artigo , "podemos tentar todas as órbitas possíveis! Apenas alimentamos suas imagens e correções de órbita e paralaxe (o TESS tem uma órbita altamente elíptica ao redor da Terra, para que a linha de visão seja deslocada à medida que se move) em um programa de software e aguarde os resultados."

Parece uma abordagem de dispersão, mas pode realmente funcionar. Por exemplo, o rastreamento digital com o Telescópio Espacial Hubble foi usado para descobrir vários objetos além de Netuno. A próxima pergunta é se o TESS é poderoso o suficiente para detectar o planeta. Mas há uma maneira de testar isso também. Os modelos sugeriram que o Planeta Nove tem uma magnitude aparente - ou seja, o brilho visto da Terra - entre 19 e 24. Existem alguns objetos trans-netunianos em órbita que têm magnitudes aparentes dentro desse intervalo : Sedna (20,5 a 20,8), 2015 BP519 (21.5) e 2015 BM518 (21.6).

(Holman et al., Research Notes of the AAS, 2019)



Então, a equipe usou o rastreamento digital para resolver cada um desses três objetos e todos os três apareceram claros como um cristal de baixa resolução realmente distorcido. Mas ainda assim, identificável. Você pode vê-los na imagem acima: A partir da esquerda, temos Sedna, 2015 BP519 e 2015 BP518. As imagens foram mostradas em negativo para facilitar a visualização dos objetos. Hipoteticamente, o TESS deve ser capaz de ver qualquer objeto em torno dessas magnitudes. O que significa, disseram os pesquisadores, que também deve ser capaz de ver o Planeta Nove. Pode até já estar lá nos dados - ainda não o encontramos. Você precisaria testar todas as órbitas possíveis, o que poderia exigir muita computação. A pesquisa foi publicada em Research Notes of the AAS.






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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Vasos sanguíneos impressos em 3D integram-se em cobaias vivas



Vasos sanguíneos impressos em 3D
Desde os primeiros passos da fabricação aditiva, os pesquisadores se deram conta do potencial da impressão 3D para fabricar tecidos biomiméticos, incluindo vasos sanguíneos.

Agora os resultados já são muito melhores, com uma bioimpressora 3D conseguindo fabricar um vaso sanguíneo totalmente funcional e capaz de se integrar a um tecido vivo.

As biotintas usadas na impressão foram formuladas a partir de células musculares lisas de uma aorta humana e células endoteliais de uma veia umbilical.

Isso permitiu criar uma arquitetura de camada dupla que superou qualquer tecido biomimético projetado até agora, aproximando os vasos sanguíneos impressos em 3D de várias etapas fundamentais para seu uso clínico.

Os vasos sanguíneos fabricados artificialmente foram enxertados como aortas abdominais em seis ratos. Nas semanas seguintes, os cientistas observaram uma transformação na qual os fibroblastos dos animais formaram uma camada de tecido conjuntivo na superfície do implante, integrando o vaso enxertado como parte do tecido vivo existente.



"O vaso sanguíneo artificial é uma ferramenta essencial para salvar pacientes que sofrem de doenças cardiovasculares. Existem produtos em uso clínico feitos de polímeros, mas eles não têm células vivas e funções vasculares. Queríamos sintetizar um enxerto de vasos sanguíneos vivo e funcional," disse Ge Gao, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang, na Coreia do Sul.

A equipe planeja continuar desenvolvendo o processo para aumentar a força dos vasos sanguíneos, para deixá-los a par com a resistência das artérias coronárias humanas. Eles também planejam realizar uma avaliação a longo prazo dos enxertos vasculares, observando o que acontece à medida que as veias artificiais continuam se desenvolvendo no local e se transformando em tecido real no ambiente implantado. Fonte:Revista: Applied Physics Reviews


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sábado, 14 de dezembro de 2019

Um gel que se transforma em plástico duro em segundos para evitar acidentes

Plástico que endurece com calor

Pesquisadores da Universidade Hokkaido, no Japão, desenvolveram um hidrogel que faz o oposto do que os materiais à base de polímeros - como garrafas de plástico - normalmente fazem: o material endurece quando aquecido e amolece quando resfriado.

O novo material, que endurece 1.800 vezes quando exposto ao calor, poderá proteger motociclistas e motoristas de carros de corrida durante acidentes.

Takayuki Nonoyama e seus colegas se inspiraram em como as proteínas permanecem estáveis dentro dos seres vivos que sobrevivem em ambientes de calor extremo, como fontes termais. Normalmente, o calor "desnatura" as proteínas, alterando sua estrutura e rompendo seus laços. Mas as proteínas presentes nos termófilos permanecem estáveis com o calor, graças às interações eletrostáticas especialmente reforçadas, como as ligações iônicas.
Eles imitaram esse comportamento usando um gel poliacrílico de baixo custo e atóxico

Fases dos polímeros

O gel de polieletrólito poli[ácido acrílico] (PAAc) foi imerso em uma solução aquosa de acetato de cálcio. O PAAc por si só comporta-se como qualquer outro material à base de polímero, amolecendo quando aquecido. Mas, quando o acetato de cálcio é adicionado, as moléculas dos materiais interagem de maneira semelhante ao que acontece nas proteínas termófilas, fazendo com que o PAAc passe a se comportar de maneira muito diferente.

À medida que a temperatura aumenta, o gel originalmente uniforme separa-se em uma "fase" densa de polímero e outra esparsa em polímero. Quando atinge uma temperatura crítica, em torno de 60° C, a fase densa sofre uma forte desidratação, o que fortalece as ligações iônicas e as interações hidrofóbicas entre as moléculas de polímero.

Isso faz com que o material se transforme rapidamente, passando de um hidrogel macio e transparente para um plástico rígido e opaco - 1.800 vezes mais rígido, 80 vezes mais forte e 20 vezes mais resistente que o hidrogel original.

Basta baixar a temperatura para que o comportamento se reverta, o que abre inúmeras possibilidades de aplicação.

Materiais inteligentes sensíveis à temperatura


A equipe demonstrou uma das possíveis aplicações combinando o material com uma fibra de vidro. O tecido compósito resultante é macio a temperatura ambiente, mas quando foi posto para rodar sobre uma superfície de asfalto por cinco segundos, a uma velocidade de 80 km/hora, o calor gerado pela fricção foi suficiente para endurecer o material com apenas pequenas abrasões se formando na superfície de contato.

"Roupas feitas de tecido semelhante podem ser usadas para proteger as pessoas durante acidentes de trânsito ou em esportes, por exemplo. Nosso material também pode ser usado como revestimento de janela absorvente de calor para manter os ambientes internos mais frios," disse Nonoyama.

"Este gel polimérico pode ser facilmente produzido a partir de matérias-primas versáteis, baratas e não tóxicas, comumente encontradas na vida cotidiana. Especificamente, os ácidos poliacrílicos são usados em fraldas descartáveis e os acetatos de cálcio são usados em aditivos alimentares. Nosso estudo contribui para a pesquisa básica sobre novos polímeros sensíveis à temperatura e para a pesquisa aplicada sobre materiais inteligentes sensíveis à temperatura," completou o professor Jian Ping Gong. 
Fonte: Revista: Advanced Materials


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Físicos descobrem que um cristal de tempo pode existir sem qualquer força externa





Cristal do tempo

Físicos descobriram que um cristal do tempo discreto e autônomo pode não estar tão longe da realidade quanto muitos supunham.

Nos cristais convencionais, um arranjo altamente ordenado de átomos ou moléculas se repete periodicamente no espaço, não sendo afetado por perturbações externas.

Em 2012, o físico teórico Frank Wilczek, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 2004, imaginou essa ordem estendida para a quarta dimensão, criando um sistema que se move periodicamente no tempo, em um ritmo definido internamente. Pelos cálculos de Wilczek, esse cristal do tempo poderia sobreviver até ao fim do Universo.

E os cristais do tempo tornaram-se realidade poucos anos depois. Mas até agora, esses sistemas quânticos exigiram algum impulso externo para funcionar, como um laser.

Agora, Valerii Kozin, da Universidade da Islândia, e Oleksandr Kyriienko, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriram como criar um cristal do tempo completamente isolado do meio ambiente. Um sistema assim, fechado e estável, poderá ser usado como ferramenta de medição de precisão ou para armazenamento quântico de informações por tempo indeterminado.

Cristal do tempo discreto e independente

Os físicos experimentalistas construíram os primeiros cristais do tempo em sistemas de íons presos e impurezas incrustadas em diamante. Nessas experiências, um pulso de laser inicia oscilações nos spins das partículas. Esse movimento se estabiliza em um período duas vezes superior ao do chute inicial - uma assinatura do chamado cristal do tempo discreto.

Na ausência do laser ou de outra força motriz externa, no entanto, restrições termodinâmicas implicam que esses cristais de tempo não possam existir.

Kozin e Kyriienko mostraram agora que essas restrições podem ser contornadas.

Eles modelaram uma coleção de partículas cujos spins interagem por longas distâncias, fazendo com que o estado quântico de uma partícula espelhe o de outra partícula removida para um local distante.

Os pesquisadores descobriram que, se todas as partículas começarem em uma superposição de estados "todos os spins para cima" ou "todos os spins para baixo", o sistema deve se comportar como um cristal do tempo que mostre resiliência às perturbações locais e permaneça estável a zero kelvin.

A dupla sugere que essa previsão pode ser testada experimentalmente em um sistema de qubits interagindo entre si, como íons aprisionados, com os quais é possível realizar operações de múltiplos spins.
Fonte: Revista: Physical Review Letters e Nature Physics


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Físicos da Hungria encontraram indícios de uma quinta força fundamental na natureza



Forças da natureza
Em 2016, uma equipe de físicos da Hungria encontrou indícios fortes da existência de uma quinta força fundamental da natureza.

Essa quinta força viria se juntar às quatro forças fundamentais reconhecidas atualmente pela física: eletromagnetismo, gravidade, força nuclear fraca e força nuclear forte.

Agora, eles encontraram novos indícios, reforçando sua conclusão anterior, ao estudar o comportamento de um átomo de hélio e como ele emite luz conforme decai.

Bóson protofóbico
Ao receber um pulso de luz, um elétron em um átomo captura essa energia, saltando da órbita que ocupava para uma órbita mais externa, mais distante do núcleo.

Se o pulso de luz for forte o suficiente, um elétron pode produzir um pósitron - uma versão de antimatéria do elétron -, que então se afastam um do outro em um ângulo previsível, antes de se aniquilarem, ao se encontrarem com suas respectivas antipartículas.

Com base na lei de conservação de energia, à medida que a energia da luz que produz as duas partículas aumenta, o ângulo com que elas saem do átomo deve diminuir.

Em 2016, a equipe verificou que o átomo de berílio-8 produz pósitrons e elétrons que se afastam a um ângulo de 140 graus, muito maior do que o previsto pela teoria. A equipe atribuiu o fenômeno a uma partícula que eles batizaram de X17, uma vez que ela teria uma massa de cerca de 17 megaeletronvolts (MeV), aproximadamente 33 vezes mais do que a massa de um elétron.

O nome completo de batismo da partícula é "bóson X protofóbico", porque ela seria repelida pelos prótons, ou núcleos atômicos


Partícula X17



Em seu novo experimento, realizado agora, eles constataram que pósitrons e elétrons emitidos quando um átomo de hélio-4 é energizado saem chispando a um ângulo de 115 graus, ainda maior do que o previsto pela teoria.

Attila Krasznahorkay e seus colegas do Instituto de Pesquisas Nucleares Atomki atribuem esse efeito inesperado à hipotética partícula X17, uma vez que, também no caso do hélio, sua energia se situa na casa dos 17 MeV.

Com uma vida breve, decaindo em 10-14 segundo, essa partícula seria portadora de uma força que explica o distanciamento observado entre os elétrons e os pósitrons.

A equipe acredita que, se confirmada, a existência da nova partícula e sua força podem também estabelecer um elo entre a matéria que vemos e a matéria que não vemos, conhecida como matéria escura.

De fato, vários experimentos em busca das partículas de matéria escura - nenhum encontrou nada até agora - têm-se concentrado nessa faixa dos 17 MeV porque estudos teóricos indicam ser esse um nível de energia promissor para procurar por elas.

Fonte: Revista: arXiv


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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Simulação mostra exoplanetas com maior potencial de habitabilidade para seres humanos



Química atmosférica

A fim de procurar vida espaço sideral afora, os astrônomos primeiro precisam saber onde procurar. Um novo conjunto de simulações promete ajudá-los a restringir suas observações aos alvos mais promissores.

Esta é a primeira vez que se consegue combinar modelagem climática 3D com química atmosférica.

Howard Chen e seus colegas da Universidade Northwestern, nos EUA, estudaram a potencial habitabilidade de planetas ao redor de estrelas anãs M - que representam cerca de 70% da população galáctica total - levando em consideração a radiação da estrela e a taxa de rotação do planeta.

As simulações mostram que não é apenas a distância da estrela que importa: A radiação da estrela é um fator decisivo para determinar se um planeta é ou não habitável.

Os planetas que orbitam estrelas ativas são vulneráveis à perda de quantidades significativas de água devido à vaporização. Isso contrasta fortemente com pesquisas anteriores, baseadas em modelos climáticos sem informações como a fotoquímica ativa do planeta.

A equipe também descobriu que muitos planetas localizados na zona habitável não poderiam sustentar vida devido às suas camadas de ozônio muito finas. Apesar de terem temperaturas superficiais compatíveis com a vida na Terra, as camadas de ozônio desses planetas permitem que muita radiação UV passe e penetre no solo. O nível de radiação seria perigoso para a vida na superfície.

Habitabilidade planetária

"A fotoquímica 3D desempenha um papel enorme porque fornece aquecimento ou resfriamento, o que pode afetar a termodinâmica e talvez a composição atmosférica de um sistema planetário," explicou Chen. "Esses tipos de modelos nunca foram realmente utilizados na literatura de exoplanetas estudando planetas rochosos porque são muito caros em termos computacionais. Outros modelos fotoquímicos que estudam planetas muito maiores, como gigantes gasosos e júpiteres quentes, já mostram que não se pode negligenciar a química quando investigamos o clima."

A equipe acredita que esta informação ajudará astrônomos observacionais na busca pela vida em outros planetas. Instrumentos como o Telescópio Espacial Hubble e o Telescópio Espacial James Webb, ainda a ser lançado, mostram uma capacidade crescente de detectar vapor de água e ozônio em exoplanetas. Só é necessário saber para onde apontá-los.

"'Estamos sozinhos?' é uma das mais importantes perguntas sem resposta," comentou Chen. "Se pudermos prever quais planetas têm mais probabilidade de hospedar a vida, então podemos ficar muito mais perto de respondê-la no horizonte temporal de nossas vidas".
Fonte: Revista: Astrophysical Journal


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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Imagem da Galaxia da Baleia mostra filamentos magnéticos emergindo do seu campo





Tentáculos magnéticos

Esta imagem da Galáxia da Baleia (NGC 4631), feita com o VLA (Karl Jansky Very Large Array), revela filamentos emergindo do campo magnético da galáxia, projetando-se acima e abaixo do disco da galáxia.

A galáxia espiral é vista de frente, com seu disco de estrelas mostrado em rosa.

Os filamentos, mostrados em verde e azul, estendem-se além do disco até o halo estendido da galáxia - verde indica filamentos com seu campo magnético apontando em nossa direção e azul com o campo apontando para longe de nós.

Esse fenômeno, com o campo magnético alternando em direção, nunca havia sido visto no halo de uma galáxia.

"Nós estamos mais ou menos como na história do cego e do elefante, já que cada vez que olhamos para uma galáxia de uma maneira diferente chegamos a uma conclusão diferente sobre sua natureza! No entanto, parece que temos uma daquelas raras ocasiões em que uma teoria clássica, sobre geradores magnéticos chamados dínamos, previu muito bem as observações da NGC 4631. Nosso modelo de dínamo produz campos magnéticos em espiral no halo que são uma continuação dos braços espirais normais no disco da galáxia," disse Richard Henriksen, da Universidade Queen's (Reino Unido).

"Esta é a primeira vez que detectamos claramente o que os astrônomos chamam de campos magnéticos coerentes e de larga escala no halo de uma galáxia espiral, com as linhas de campo alinhadas na mesma direção por distâncias de mil anos-luz. Nós vemos até mesmo um padrão regular desse campo organizado mudando de direção," disse Marita Krause, do Instituto Max-Planck de Radioastronomia, na Alemanha.

Os astrônomos planejam aprofundar suas observações para refinar ainda mais sua compreensão da estrutura magnética completa da galáxia. Fonte: Revista: Astronomy & Astrophysics


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Super-Hidrofóbica estruturas de metal que nunca afundam



Super-hidrofóbica

A estrutura metálica vista neste filme é tão repelente à água que se recusa a afundar - não importa quantas vezes ela seja forçada a entrar na água ou o quanto ela esteja danificada e até mesmo perfurada.

Zhibing Zhan e seus colegas da Universidade Rochester, nos EUA, afirmam que o princípio usado na criação dessa peça pode ser expandido para criar barcos e navios que nunca afundam, coletes salva-vidas que mantêm a pessoa a salvo mesmo se forem perfurados e até robôs de monitoramento que poderão permanecer por anos no oceano.

A técnica é biomimética, inspirada nas aranhas d'água (Argyroneta aquatica) e nas "jangadas" formadas pelas formigas de fogo. O truque para que esses animais possam sobreviver por longos períodos sob ou na superfície da água consiste em prender o ar em pequenas "bolsões", uma área fechada ao redor do corpo do inseto.

Zhan usou rajadas de laser de femtossegundos para esculpir a superfície do metal com intrincados padrões de micro e nano-escala que capturam o ar e tornam as superfícies super-hidrofóbicas, ou seja, altamente repelentes à água.

"O principal insight é que superfícies super-hidrofóbicas (SH) multifacetadas podem capturar um grande volume de ar, o que aponta para a possibilidade de usar superfícies SH para criar dispositivos flutuantes," escreveu a equipe.

Metal que não afunda

A estrutura de demonstração consiste em duas placas paralelas de alumínio cujas superfícies tratadas com o laser ficam voltadas para dentro, de modo que ficam protegidas e livres de desgaste e abrasão externos. A seguir, basta calcular a distância precisa entre as duas para prender e reter ar suficiente para manter a estrutura flutuando - essencialmente criando um compartimento à prova d'água.

Mesmo depois que os pesquisadores forçaram as estruturas a ficarem submersas por dois meses, elas imediatamente voltaram à superfície após a liberação da carga. Elas também mantiveram essa capacidade mesmo após serem perfuradas várias vezes, porque o ar permanece preso nas partes restantes do compartimento ou nas estruturas adjacentes.

Embora a equipe tenha usado alumínio para esta demonstração, o "processo de gravação pode ser usado para literalmente quaisquer metais ou outros materiais," disse o professor Chunlei Guo, acrescentando que a técnica pode ser facilmente escalonada para aplicações comerciais.

A técnica de fabricação é virtualmente a mesma usada pela equipe para criar metais coloridos sem usar tinta.
Fonte: Revista: Applied Materials and Interfaces




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Cientistas da Espanha e França encontraram um lugar sem vida na Terra



Lugar sem vida na Terra

Que a Terra está infestada de vida é algo que tem sido atestado uma vez após outra, com pesquisas nos locais menos amenos do nosso planeta.

Agora, contudo, uma equipe da Espanha e da França afirma ter encontrado o primeiro lugar na Terra onde nenhum organismo conhecido consegue sobreviver.

Jodie Belilla e seus colegas afirmam ter usado todos os métodos científicos disponíveis para confirmar a ausência total de vida nos lagos quentes, salinos e hiperácidos do campo geotérmico de Dallol, na Etiópia.

A paisagem estéril de Dallol, localizada na depressão etíope de Danakil, se estende sobre uma cratera vulcânica cheia de sal, onde emanam gases tóxicos, a água ferve em meio a uma intensa atividade hidrotermal e as temperaturas diárias no inverno superam os 45° C.

É um dos ambientes mais tórridos da Terra, com suas piscinas hipersalinas e hiperácidas apresentando até mesmo valores negativos de pH.

Vida extrema versus nenhuma vida

No início deste ano, uma equipe da Universidade de Bolonha, na Itália, apontou que certos microrganismos poderiam se desenvolver nesse ambiente multi-extremo (simultaneamente muito quente, salino e ácido), o que levou Barbara Cavalazzi e seus colegas a apresentarem Dallol como um exemplo dos limites que a vida pode suportar, propondo que ele seja um análogo terrestre adequado para o estudo da vida em outros planetas, assemelhando-se, por exemplo, ao planeta Marte em seus primórdios.

Agora a equipe franco-espanhola publicou um artigo que conclui o contrário.

Segundo esses pesquisadores, a conclusão de que não há vida nas piscinas infernais de Dallol foi confirmada pelos resultados de todos os vários métodos utilizados, incluindo o sequenciamento maciço de marcadores genéticos para detectar e classificar microrganismos, tentativas de cultura microbiana, citometria de fluxo fluorescente para identificar células individuais, análise química da salmoura e microscopia eletrônica de varredura combinada com espectroscopia de raios X.

"O que existe é uma grande diversidade de arqueias halofílicas [Archaea: um tipo de microrganismo primitivo que adora sal] no deserto e nos desfiladeiros salinos ao redor do local hidrotérmico, mas não nas próprias piscinas hiperácidas e hipersalinas e nem nos chamados Lagos Negro e Amarelo de Dallol, onde o magnésio é abundante. E tudo isso apesar do fato de a dispersão microbiana nessa área, devido ao vento e aos visitantes humanos, ser intensa.

"Em outros estudos, além da possível contaminação de amostras com arqueias de terrenos adjacentes, essas partículas minerais podem ter sido interpretadas como células fossilizadas, quando na realidade se formam espontaneamente nas salmouras, mesmo sem vida," afirmou Purificación Lopez Garcia, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS).

Vida em outros planetas

A equipe afirma que isso demonstra a necessidade de múltiplas indicações, de analisar todos os tipos de alternativas e de ser muito prudente com as interpretações, antes de se chegar a conclusões em astrobiologia.

"Não esperaríamos encontrar formas de vida em ambientes semelhantes em outros planetas, pelo menos não com base em uma bioquímica semelhante à bioquímica terrestre," disse Garcia.

Na verdade, ambos os estudos representam justamente essa busca por múltiplas interpretações, levantando discussões que mostram que o assunto está longe de uma palavra final - as manifestações dos especialistas nos sites acadêmicos mostram que ainda não há um consenso sobre se Dallol é mesmo o primeiro lugar conhecido na Terra "à prova de vida".

Além disso, como a equipe franco-espanhola reconhece, mesmo em Dallol, piscinas completamente estéreis se alternam com outras com condições biofísicas "ligeiramente melhores", que permitem a presença de arqueias e outros microrganismos, como os extremófilos, o que indica que menos prudente será indicar um corpo celeste como totalmente sem vida com base em amostragens de poucos locais. Fonte: Revista: Astrobiology


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Robô aquático americano procurará vida nas luas geladas de Saturno e Júpiter



Robô para exploração sob o gelo


Uma equipe da NASA está na estação de pesquisas australiana Casey, na Antártica, para testar um robô que poderá procurar vida nas luas geladas de Saturno e Júpiter.

O robô é o Bruie, sigla em inglês para robô flutuante para exploração sob o gelo.

Antes de enviar missões para pesquisar os oceanos lunares - como os da lua Europa de Júpiter e Encélado de Saturno - é necessário desenvolver um explorador aquático capaz de navegar sozinho em um oceano alienígena trancado sob camadas de gelo com 10 a 19 quilômetros de espessura.

"As capas de gelo que cobrem esses oceanos distantes servem como uma janela para os oceanos abaixo, e a química do gelo pode ajudar a alimentar a vida dentro desses oceanos. Aqui na Terra, o gelo que cobre nossos oceanos polares tem um papel semelhante, e nossa equipe está particularmente interessada no que está acontecendo onde a água encontra o gelo," afirmou Kevin Hand, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.


O robô Bruie tem um metro de comprimento e move-se impulsionado por duas rodas, o que permite que ele ande tanto sobre como sob o gelo.

O veículo flutuante pode capturar imagens e coletar dados sobre a região onde a água e o gelo se encontram, o que os cientistas chamam de "interface gelo-água".

"Descobrimos que a vida geralmente floresce nas interfaces, tanto no fundo do mar quanto na interface gelo-água no topo. A maioria dos submersíveis tem problemas para investigar essa área, uma vez que as correntes oceânicas podem fazê-los colidir ou também desperdiçar muita energia para manter a posição," disse Andy Klesh, membro da equipe. "O Bruie, no entanto, usa flutuabilidade para permanecer ancorado contra o gelo e é insensível à maioria das correntes. Além disso, ele pode ser desligado com segurança, ligando-se apenas quando precisar fazer uma medição, para que possa passar meses observando o ambiente sob o gelo."

Além de duas câmeras de alta definição, o robô possui instrumentos científicos para medir parâmetros relacionados à vida, como oxigênio dissolvido, salinidade da água, pressão e temperatura.

A equipe continuará trabalhando no Bruie até que ele seja capaz de sobreviver sob o gelo por meses, navegando remotamente sem estar ancorado e explorando o oceano em maiores profundidades.

A NASA já está trabalhando na construção do orbitador Europa Clipper, que está programado para ser lançado em 2025 para estudar a lua de Júpiter, Europa, preparando as bases para uma futura missão que desça à superfície para procurar vida sob o gelo.

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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Robô da NASA procurará por vida alienígena nos oceanos subterrâneos da Europa a lua de Júpiter






A NASA está se preparando para testar um robô sob o gelo marinho da Antártida, na esperança de enviar uma máquina semelhante para procurar alienígenas nos oceanos subterrâneos da Europa, lua de Júpiter. Quiçá, em Encélado, lua de Saturno. O robô de duas rodas, chamado de rover flutuante para exploração sob gelo (BRUIE), usa a flutuabilidade para se ancorar de cabeça para baixo na borda inferior do gelo. Isso o diferencia de outros conceitos de robôs de navegação livre, projetados para procurar vida marinha extraterrestre, como o EurEx (Europa Explorer).

Enquanto o BRUIE não pode sondar as profundezas de mares alienígenas, pode ser extremamente útil para estudar a zona onde as crostas de gelo e o ambiente oceânico interagem na Terra.


"Descobrimos que a vida geralmente ocorre em interfaces, tanto no fundo do mar quanto na interface de água gelada no topo", disse Andy Klesh, engenheiro-chefe do BRUIE, em um comunicado. "A maioria dos submersíveis tem dificuldade em investigar essa área, pois as correntes oceânicas podem causar colapsos e os aparelhos perderiam muita energia mantendo a posição”, explica Klesh. “O BRUIE, no entanto, usa flutuabilidade para permanecer ancorado ao gelo e é impermeável à maioria das correntes”, completou ele. Há muitas evidências de que na lua Europa – que é um pouco menor que a nossa Lua –, existe um vasto oceano salgado sob sua crosta gelada, que provavelmente contém mais água do que todos os oceanos da Terra juntos. De fato, este mês, os cientistas foram capazes de detectar diretamente plumas de vapor d'água disparando de fendas no gelo pela primeira vez.

A água líquida tem sido um ingrediente essencial para o desenvolvimento da vida na Terra, e sua presença em outros mundos é considerada o fator mais significativo em sua potencial habitabilidade. Como resultado, Europa se tornou um dos alvos mais procurados para a exploração robótica. O mesmo acontece com Encélado, que também parece ter um oceano subterrâneo de água líquida. Seria um imenso desafio pousar na Europa, porque Júpiter emite um tipo de radiação prejudicial que deve embaralhar a eletrônica da espaçonave. Mesmo que um lander fizesse a façanha, um submersível em Europa teria que encontrar uma maneira de cavar ou derreter seu caminho por 10 a 15 km de crosta de gelo para alcançar o oceano. Mas, se cientistas e engenheiros forem capazes de resolver esses desafios, o BRUIE será uma ferramenta valiosa para explorar os estranhos mundos aquáticos dentro de Europa ou Encélado.

O robô já foi testado no Alasca, e nas próximas semanas a NASA se unirá ao Programa Antártico Australiano para conduzir o BRUIE sob o gelo do mar perto da Estação Casey. Veja:



"Testaremos a resistência do rover, principalmente quanto tempo as baterias podem durar em condições extremas de campo e como ele lida com uma variedade de terrenos", disse Klesh em comunicado. A equipe espera que a BRUIE consiga lidar com a possibilidade de ficar na água gelada por meses sem perder toda a energia, o que será necessário para sua missão em mundos alienígenas. Não está claro se os robôs encontrarão o caminho para os mares de Europa, mas, assumindo que sim, a equipe BRUIE pretende estar pronta para dar esse mergulho. Torcemos! Fonte: VICE


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Coronavírus - A Origem - Documentário - 2020

Título Original: My Octopus Teacher Lançamento: 2020 Gêneros: Documentário Idioma: Inglês Qualidade: 1080p / Full HD / WEB-DL Duração: 1h 25...

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