Mahatma Gandhi
Mahatma Gandhi foi um reconhecido ativista indiano que lutou durante as décadas de 1920 a 1940 pelo fim do regime colonial inglês e pela independência da Índia. O ativismo de Gandhi ficou particularmente conhecido por ter desenvolvido um método de manifestação não violento conhecido como Satyagraha. A vida de Gandhi encerrou-se tragicamente após ser assassinado por um nacionalista hindu.
Mahatma Gandhi nasceu em 2 de outubro de 1869, na cidade de Porbandar, Índia. Formado em Direito, foi líder do movimento de Independência da Índia, então governada pela Inglaterra. Nessa empreitada, seu principal recurso foi o princípio da não-violência, ou Satyagraha, utilizado por ele e seus seguidores como tática revolucionária.
Filho do primeiro-ministro do principado, Gandhi estudou Direito no University College of London em 1888. Lá, organizou um clube vegetariano onde para reunir teósofos e pessoas de interesses altruísticos. Em 1893, já formado, viajou à África do Sul para trabalhar como advogado em uma firma, e passou a atuar como pacifista.
Os primeiros anos da vida de Gandhi
Mahatma Gandhi (o termo “mahatma” significa “grande alma”) nasceu no dia 2 de outubro de 1869, mas foi registrado com o nome de Mohandas Karamchand Gandhi. O nascimento de Gandhi aconteceu em Porbardar, região da costa oeste da Índia, e seus pais chamavam-se Karmachand Gandhi e Putlibai Gandhi. O pai de Gandhi – Karmachand – era governador da região que habitavam na Índia durante o período do Império Britânico.
O apreço de Gandhi pela religião ocorreu em razão da grande influência de sua mãe, conhecida por ser uma religiosa fervorosa e devota à Vishnu, um deus do hinduísmo, uma religião tradicional da Índia. Os biógrafos de Gandhi retratam-no como uma criança de personalidade tímida e que, por isso, não possuiu destaque algum durante seu período escolar.
Assim que completou 13 anos, segundo a tradição daquela região da Índia, Gandhi casou-se com uma garota chamada Kasturba Gandhi (na época do casamento, ela possuía 14 anos). Alguns anos depois do casamento, Gandhi mudou-se para Londres, na Inglaterra, para que pudesse estudar Direito e tornar-se advogado.
Gandhi partiu em 1888, deixando de viver temporariamente com sua esposa e filho. No período em que esteve na Inglaterra, Gandhi aprofundou seus conhecimentos religiosos, sobretudo do hinduísmo, a partir da leitura de textos sagrados e também se tornou vegetariano, passando a frequentar um clube social para vegetarianos em Londres.
Retornou para a Índia em 1891 após terminar seus estudos. Uma vez de volta à Índia, tratou de procurar emprego no ramo da advocacia. A trajetória de Gandhi como advogado não deslanchou, principalmente pelas dificuldades que lhe eram causadas pela sua timidez. Em 1893, Gandhi recebeu uma oferta de emprego na África do Sul e, assim, novamente, deixou sua família, dessa vez para poder trabalhar.
Em janeiro de 1915, aos 45 anos, retornou à Índia. Já conhecido por suas lutas pelos direitos do povo, começou a organizar greves e incentivar a não colaboração com o governo britânico, de forma pacífica. Aos 79 anos, após um jejum de 5 dias, Gandhi foi assassinado no jardim de sua casa pelo hindu Nathuram Vinayak Godse, que era contra a tolerância religiosa do pacifista. Seu cortejo durou 5 horas e o corpo foi incinerado, seguindo a tradição hindu. Fonte: Aventuras na História
O ativismo de Gandhi na África do Sul
Foram as situações de preconceito experimentadas por Gandhi na África do Sul que o transformaram em um grande ativista na defesa dos indianos. Os indianos sofriam com as ações discriminatórias tanto das autoridades coloniais como da população local de origem europeia. Uma situação marcante para Gandhi aconteceu durante uma viagem de trem que fazia rumo à cidade de Pretória, em 1893.
Durante essa viagem, Gandhi foi solicitado a se retirar da primeira classe – local pelo qual ele havia pago para estar – porque um passageiro branco havia se incomodado com a sua presença. A rejeição de Gandhi em acatar o pedido de se retirar para a terceira classe – local destinado para os negros – fez com que ele fosse expulso da locomotiva.
Outras situações, como decreto de leis discriminatórias contra a população indiana na África do Sul, convenceram Gandhi da necessidade de lutar pela defesa dos direitos dos indianos naquela região. Com o passar do tempo, Gandhi transformou-se em uma liderança para a comunidade de indianos do local e, durante sua militância, nasceu o Satyagraha, o seu conceito de protesto não violento.
Gandhi na luta pela independência da Índia
Ao todo, Gandhi permaneceu durante 21 anos na África do Sul, tornando-se um grande nome local pela defesa dos indianos. A atuação de Gandhi na África do Sul rendeu-lhe notoriedade e, quando retornou para a Índia, em 1914, já era uma personalidade conhecida no país. No entanto, por causa da Primeira Guerra Mundial, ele só iniciou o ativismo pela independência da Índia em 1919.
Na Índia, Gandhi tornou conhecido internamente o Satyagraha, princípio pelo qual defendia o protesto de maneira não violenta a partir de demonstrações de resistência e de desobediência civil. A intenção de Gandhi com essas ações era fazer aquele que cometeu a injustiça perceber o dano que estava causando e arrepender-se. Foi por causa de seu papel na independência da Índia que Gandhi recebeu a alcunha de “mahatma” (grande alma).
Das décadas de 1920 a 1940, Gandhi incentivou ações de desobediência civil para incentivar a população a se levantar contra os dominadores e enfraquecer o domínio colonial na Índia. A atuação de Gandhi no ativismo pela independência fez com que ele fosse preso pelas autoridades britânicas diversas vezes.
A liderança de Gandhi nas ações de desobediência civil repercutiu profundamente em dois momentos diferentes. No primeiro deles, Gandhi incentivou a população indiana a produzir suas próprias roupas e a parar de comprar roupas dos comerciantes ingleses. Para dar o exemplo, Gandhi passou a levar consigo um tear manual.
O tear manual carregado por Gandhi gerou tanta repercussão que se transformou em um símbolo nacional da Índia e hoje é estampado na bandeira do país. Outro evento bastante conhecido foi a “Marcha do Sal”, de março de 1930. Nesse evento, Gandhi liderou uma multidão em uma marcha até o litoral indiano para que pudessem extrair sal. Isso aconteceu porque as autoridades locais haviam instituído imposto sobre o preço do sal comprado pelos indianos.
A atuação de Gandhi seguiu durante as décadas de 1930 e 1940 em meio aos crescentes conflitos entre indianos hindus e indianos muçulmanos. Apesar dos esforços de Gandhi em combater a escalada da violência, a rivalidade entre os lados só aumentou. O domínio colonial britânico encerrou-se na região em agosto de 1947, no entanto, a rivalidade existente entre muçulmanos e hindus levou o país à divisão. Dessa divisão, a parte muçulmana da Índia transformou-se no Paquistão.
A divisão da Índia foi o motivo da morte de Gandhi em 1948. No dia 30 de janeiro, Gandhi foi alvejado pelo nacionalista hindu Nathuram Godse e morreu instantaneamente. Nathuram Godse matou Gandhi porque o considerava responsável pela separação entre o Paquistão e a Índia. Ele foi preso, julgado e sentenciado à morte, sendo executado em 1949. Fonte: História do Mundo