O Solar Impulse ("Impulso Solar", em inglês) saiu
do aeroporto de Payerne, na Suíça, em direção a Bruxelas, na Bélgica
No ano passado, a aeronave já bateu o recorde de maior tempo
de voo obtido por um avião movido a energia solar, ficando no ar por 26 horas,
10 minutos e 19 segundos. O Solar Impulse, que tem capacidade para apenas um
tripulante, já realizou diversos voos dentro da Suíça - como entre os
aeroportos de Genebra e Zurique, por exemplo.
Os criadores fizeram testes de sua capacidade aérea, mas contam com o
desenvolvimento dessa aeronave que na visão deles em um futuro próximo, poderá
levar centenas de tripulantes, substituindo as aeronaves atuais.
"Pilotar uma aeronave como a Solar Impulse pelo espaço
aéreo europeu e pousar em um aeroporto internacional é um desafio incrível para
todos nós, e o sucesso disso depende do apoio das autoridades", diz o
piloto e co-criador do avião, Andre Borschberg. Em um prazo de até três anos, a
equipe do Solar Impulse planeja realizar voos transatlânticos e completar uma
volta ao mundo, sempre em missões tripuladas.
A aeronave aterrissou ao redor das 21h40 horas (16h40 do
horário de Brasília) no aeroporto de Bruxelas, em um voo que durou 13 horas.
Essa aeronave criada por Andre Borschberg tem como objetivo
ser a revolução do futuro a aviação moderna, pois a autonomia gerada pela
energia solar varrerá por completo o monopólio do combustível fóssil, assim
todos esperam que em futuro próximo só exista energia não poluente em toda o
planeta.
Alto, de porte atlético, André Borschberg diz tirar sua
força mental da ioga e da meditação, que pratica no jardim de sua casa, situada
junto ao idílico lago Lemán em Nyon, entre Genebra e Lausanne.
Também praticou durante o voo, transformando seu assento em
uma esteira de ioga, com posturas especialmente adaptadas por seu iogue
particular, Sanjeev Bhanot, a quem segue há uma década.
"O ioga é um grande apoio para o voo (...) afeta
positivamente meu humor e minha moral", afirmou em um tuíte na
quinta-feira, acompanhando-o de uma foto em postura relaxada.
Dois amigos e um desafio
Engenheiro, empresário, piloto de caça e de helicóptero...
Borschberg, homem aventureiro de múltiplas facetas, conseguiu escapar da morte
em duas ocasiões: de uma avalanche, há 15 anos, e de um acidente de helicóptero
em 2013.
Nascido em Zurique no dia 13 de dezembro de 1952, estudou em
Lausanne, na prestigiosa Escola Politécnica Federal, onde obteve seu título de
engenheiro em mecânica e termodinâmica.
Depois, completou sua formação com diplomas em administração
de empresas nos Estados Unidos e em Lausanne.
Piloto de caça no exército durante muitos anos, seu primeiro
trabalho na vida civil foi como consultor no gabinete McKinsey, onde ficou por
cinco anos antes de começar a empreender por conta própria.
Montou na época duas start-ups, e cofundou a companhia
Innovative Silicon, especializada em microprocessadores.
Com seu amigo, sócio e alter ego, o piloto e psiquiatra
suíço Bertrand Piccard, decidiu se lançar ao projeto Solar Impulse,
possivelmente a maior aventura de suas vidas.
Foi ele quem supervisionou a construção do avião solar e quem
realizou, em 7 de julho de 2010, o primeiro voo da história de 26 horas com a
primeira versão da revolucionária aeronave.
Em 2015, a dupla Piccard-Borschberg se lançou ao grande
desafio: dar a volta ao mundo com uma versão melhorada do primeiro avião, o
Solar Impulse 2.
Dotado de asas revestidas com mais de 17.000 células
fotovoltaicas, de uma envergadura de 72 metros próxima a de um Airbus A380, a
aeronave voa a uma velocidade compreendida entre 50 e 100 quilômetros por hora.
O Solar Impulse 2 havia decolado em 9 de março de Abu Dabi
para dar uma volta ao mundo de 35.000 quilômetros, uma aventura destinada a
promover o uso das energias renováveis, em particular a energia solar.
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