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sábado, 28 de dezembro de 2019

A ilha de Hashima esconde crimes realizados durante a Segunda Guerra Mundial



 A ilha de Hashima, símbolo da rápida industrialização japonesa, esconde crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, sobre os quais as autoridades preferem não lançar luz. Desde 3 de julho, na Praça Times em Nova York, se pode ver um anúncio informativo sobre a ilha abandonada de Hashima, no Japão. O objetivo do projeto é dar a conhecer a verdadeira história desta atração turística que desde 2015 faz parte do Patrimônio Cultural da UNESCO. Também conhecida como Gunkanjima (a ilha Couraçado), Hashima se localiza no mar da China Oriental e conserva vestígios da sua antiga condição de próspero centro da indústria mineira de carvão.

A pequena ilha, de uns 500 metros de comprimento, foi até 1974 residência dos trabalhadores das jazidas submarinas de carvão da empresa Mitsubishi, que comprou a ilha em 1890. Entretanto, o negócio guardava seus segredos obscuros, um deles remonta à Segunda Guerra Mundial, quando a Coreia estava ocupada pelos japoneses. Na época, entre 500 e 800 cidadãos coreanos foram forçados a trabalhar na indústria mineira da ilha em condições desumanas. São precisamente estas as páginas negras da história japonesa que o vídeo pretende revelar, informa a rede de TV sul-coreana, Arirang.



Os autores do anúncio frisam que, em vez de ser conhecida como patrimônio da humanidade, a ilha deve também ser lembrada pelo recrutamento forçado e pelas 120 vítimas inocentes. Mais que isso, os criadores do projeto consideram que o nome mais adequado para este território japonês seria "a ilha do Inferno". Para demonstrar que esta denominação é justificada, a emissora recolheu algumas testemunhas dos sul-coreanos forçados a trabalhar neste lugar durante a Segunda Guerra Mundial. Um deles é Kim Hyung-seob que nunca esquecerá o dia no qual foi levado a trabalhar em Hashima: 17 de novembro de 1943.

"Nem sequer quero falar disso, não posso explicar o quanto sofremos", afirmou. "A comida era o maior problema, nos davam batata doce seca, feijão e resíduos de feijão, isso é o que chamavam de 'comida' para nós", adiantou. Os coreanos trabalhavam até 12 horas por dia na mina de carvão, localizada a 1.000 metros abaixo do nível do mar. Alguns dos trabalhadores tentaram desesperadamente escapar ao "inferno" (a ilha se encontra a 20 km do porto de Nagasaki), mas estas tentativas foram inúteis.



"A terra era visível da ilha, estava justamente por outro lado do mar", descreve o sobrevivente, Lee In-um que também comenta que "alguns tentaram escapar a nado e mantendo-se boiando em tábuas de madeira, mas morreram".

Quando nos anos de 60, o carvão perdeu terreno perante o petróleo, a Mitsubishi em 1974 passou a ilha à prefeitura de Nagasaki. De acordo com o artigo na edição sul-coreana, as autoridades japoneses não parecem muito interessadas em revelar estas páginas negras da sua história moderna. Embora elas tenham reconhecido que em Hashima houve casos de "trabalhos forçados", os turistas que desde 2009 chegam à ilha em excursões organizadas não parecem ser suficientemente informados sobre esses eventos, afirmam os sul-coreanos. Fonte: https://br.sputniknews.com


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