Divulgando espiritualidade, filmes, documentários e mistérios, apoiando o meio ambiente a tecnologia, ciência, notícias e história de todos os tempos.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Civilizações Perdidas, Pirâmides e Ruínas ciclópicas da América do Sul



Graças a uma série de descobertas arqueológicas surpreendentes, tornou-se uma teoria popular que civilizações antigas incríveis e avançadas podem ter habitado a América do Sul milhares de anos atrás, deixando para trás um legado de estruturas e monumentos ciclópicos que desafiam a lógica.

Desde incríveis cidades perdidas, territórios inexplorados, contos e mitos que falam de gigantes e Deuses descendo do céu até exploradores que desapareceram de vista enquanto procuravam por civilizações perdidas há muito tempo, a América do Sul tem tudo isso.

Mas entre todos os segredos que se escondem profundamente no coração da América do Sul, nos voltamos para a alvenaria ciclópica que aponta para a existência de um número de civilizações antigas que eram muito mais avançadas do que o que estamos dispostos a aceitar.

Para entender os incríveis segredos, mistérios e belezas que esse continente esconde, olhamos para o ex-presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, e a Expedição Científica Roosevelt-Rondon, que viajou pelo coração do Brasil.

Expedição Científica Roosevelt-Rondon

No livro Through the Brazilian Wilderness, o ex-presidente dos Estados Unidos conta uma conta incrível.

 Enquanto filmava as corredeiras de um rio formidável no Mato Grosso, a atenção do ex-presidente foi atraída para uma visão mais incomum:

“Por essas corredeiras, no outono, Cherrie encontrou algumas esculturas estranhas em uma massa nua de rocha. Eles foram evidentemente feitos por homens há muito tempo atrás. Tanto quanto se sabe, os índios por aí não fazem tais figuras agora ... Eles consistiam, na parte superior plana da rocha, de quatro círculos múltiplos com um ponto no meio, muito precisamente feitos e cerca de um pé e meio em diâmetro; e abaixo deles, no lado da rocha, quatro M's múltiplos ou W invertidos. O que esses símbolos curiosos representaram, ou quem os fez, não poderíamos, é claro, formar a menor ideia. Pode ser que, em um passado remoto, algumas tribos indígenas de cultura avançada tenham penetrado no lindo rio, assim como chegamos a ele ... O Coronel Rondon afirmou que figuras como essas não são encontradas em nenhum outro lugar do Mato Grosso e, portanto, Era estranho encontrá-los neste único lugar no rio desconhecido, nunca antes visitado por homens brancos, que estávamos descendo ...

Ilha de Marajó - Lar de uma antiga cultura avançada


Sem um único motivo para duvidar, a antiga cultura Marajoara do Brasil merece ser mencionada como uma das civilizações mais incríveis que já se desenvolveu no que é hoje o Brasil.

A ilha de Marajó foi o lar da avançada civilização pré-colombiana de Marajoara, que habitou grandes partes da ilha de cerca de 400 aC a cerca de 1600 dC. A importância da cultura foi reafirmada por arqueólogos que estiveram ocupados explorando a casa do Marajoara desde o século XIX.

Em seu pico, estima-se que essa sociedade pré-colombiana tenha uma população de cerca de 100.000 pessoas.

A cultura Marajoara também foi uma das civilizações que atingiram um nível notoriamente alto de complexidade social.

  Sua complexidade foi expressa em sua produção cerâmica elaborada tecnicamente, caracterizada por uma grande diversidade de formas e formas.

Escavações arqueológicas revelaram inúmeros artefatos criados pelos marajoaras. Alguns foram encontrados em complexos funerários, enquanto outros provavelmente foram usados ​​em diversos rituais.

A iconografia marajoara foi fortemente centrada na figura humana e na representação de animais da floresta tropical com significados simbólicos. A iconografia de suas culturas compõe um intricado sistema de comunicação visual que utiliza simetrias, elementos emparelhados, repetições rítmicas e oposições binárias para reafirmar, transmitir e perpetuar uma visão de mundo.

Sem dúvida, podemos concluir que os Marajoara eram ceramistas habilidosos, eles dedicaram sua história à criação de cerâmicas estranhas e altamente ornamentadas que surpreendentemente, ainda estão sendo feitas hoje por um pequeno número de artesãos.

Arte de hoje de Marajoara

Curiosamente, vários estudiosos compararam a cerâmica produzida pelos marajoaras à cerâmica da região andina, sugerindo uma possível relação entre eles.

Grandes câmaras subterrâneas, conectadas por túneis, constituem evidência adicional da destreza do antigo Marajoara.

   Marcel Homet - evidência de civilizações avançadas?

Marcel Homet era um pesquisador argelino-francês que publicou inúmeros livros sobre antropologia, história antiga e etnologia.

Um de seus livros mais famosos intitulado "Sons of the Sun" detalha seu trabalho na América do Sul e as descobertas que ele fez ligando o novo continente ao velho mundo. Entre suas descobertas, durante seu trabalho de campo na América do Sul, Homet descobriu uma série de inscrições esculpidas, petróglifos e inúmeras lendas e tradições nativas que apontavam para a possível existência de uma civilização ou civilizações avançadas extremamente bem organizadas que podem ter existido no distante passado, escondido nas profundezas da floresta amazônica.

 O trabalho de Homet acabou por levá-lo à tribo Macuxi, que fala da existência de uma cidade antiga gloriosa, adornada com ouro, paredes maciças e telhados, que pertencia a uma antiga civilização adoradora do sol. A tribo Macuxi também introduziu Homet em outra cidade, escondida nas montanhas Pakaraima inexploradas. Ali, de acordo com os anciões de Macuxi, jazem os restos de uma enorme rocha coberta de estranhos petróglifos que apontam o caminho para outra cidade arruinada.

Índios Macuxi

Os Macuxi explicaram ainda que, se alguém viajasse por esse caminho, continuando por mais dois dias a pé, você alcançaria uma parede maciça nas montanhas marcada por um arco que levaria a uma incrível cidade localizada abaixo da superfície.

Pedra do Inga - Um antigo mapa cósmico?


Mais evidências de civilizações antigas avançadas no Brasil foram descobertas nos anos 1600, quando o explorador Feliciano Coelho estava viajando perto de João Pessoa, onde ele descobriu uma pedra maciça, esculpida em baixo relevo: A Pedra Inga.

Escrito em sua superfície, havia inúmeros símbolos estranhos e personagens que eram diferentes de qualquer outro sistema de escrita no continente.

Os símbolos mais famosos da Pedra Inga são aqueles que representam a constelação de Orion e a Via Láctea. Os especialistas se referem à Pedra Inga como “um monumento arqueoastronômico excepcional, como nenhum outro no mundo”.

A Pedra Inga apresenta centenas de símbolos estranhos e "Estrelas" que se estendem por uma rocha de 245 metros de comprimento e 3 metros de altura. Várias figuras são esculpidas em baixo relevo neste conjunto e há entradas cujos significados são desconhecidos. A idade das inscrições é desconhecido, mas os geólogos estimam que a formação rochosa remonta pelo menos 6.000 anos.

 Desmatamento da Amazônia e como isso revela traços de uma cultura há muito perdida.
Estudos recentes revelaram mais evidências de que uma grande civilização antiga chamou a Amazônia de sua casa há milhares de anos.

De acordo com um levantamento arqueológico, partes do sul da floresta amazônica são cobertas por uma enorme rede de assentamentos antigos e centros cerimoniais que existiam muito antes da chegada de Colombo.

Pesquisadores mostraram como sociedades complexas - de cerca de um milhão de habitantes - existiam na Amazônia já em 1250 DC.

"Nossa pesquisa mostra que precisamos reavaliar a história da Amazônia", disseram pesquisadores que ficaram impressionados com a descoberta.

A distribuição dos locais potenciais sugere uma série interconectada e avançada de aldeias fortificadas abrangendo mais de 1.100 milhas que floresceram entre 1200 e 1500 d.C.

Manuscrito 512 - Evidência de uma civilização há muito perdida na Amazônia?


Um documento antigo intitulado Manuscrito 512 talvez ofereça mais evidências da existência de civilizações há muito perdidas na Amazônia. O documento, agora abrigado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, menciona um grupo de exploradores que supostamente se depararam com uma cidade antiga em ruínas no leste do Brasil, por volta de 1753.

Esta "cidade de pedra magnífica" era diferente de qualquer outra cidade que eles já viram, com arquitetura antiga que lembra a da Grécia Antiga e escritos misteriosos que não são nativos da região.

O texto enigmático do manuscrito é completado com detalhes curiosos, como documentar a descoberta de um saco de moedas de ouro com a silhueta de um arqueiro e uma coroa, ou a reprodução de hieróglifos copiados de vários cantos da cidade, que alguns dizem uma estranha semelhança com as cartas gregas e fenícias.

 Uma das descobertas mais bizarras talvez tenha ocorrido depois que o satélite Landsat fotografou o que parecem ser estruturas piramidais na Amazônia em 1975.


A ideia de que a Amazônia era habitada apenas por culturas primitivas é um eufemismo para nossa civilização.

Cito Theodore Roosevelt em seu livro “Coleção Ultimate: Memórias, Livros de História, Biografias, Ensaios, Discursos e Ordens Executivas: América e a Guerra Mundial, os Antigos… Deserto, História como Literatura…”:

Antes que o homem branco chegasse à América do Sul, já existiam ali várias semi-civilizações, algumas rudes, outras razoavelmente avançadas, que se erguiam, floresciam e persistiam através de eras imemoriais, e depois desapareciam. As vicissitudes da história da humanidade durante a sua permanência neste continente meridional foram tão estranhas, variadas e inexplicáveis ​​como a paleontologia demonstra ter sido o caso, no mesmo continente, da história das formas superiores de vida animal durante a era. de mamíferos…

 As imagens tiradas pelo satélite Landsat indicam vestígios de mais uma cidade perdida na Amazônia? A área onde as supostas estruturas piramidais foram encontradas é em uma área na fronteira peruana-brasileira, mais precisamente no sudeste do Peru, 13 ° de latitude S, 71 ° 30 ″ de longitude oeste.


  Letra Itá, uma escrita indecifrável na América do Sul
Se nos movermos mais para o sul, para longe do Brasil e para o Uruguai, nos depararemos com outro mistério megalítico: Itá Letra.
Localizada nas profundezas da cordilheira de Ybytyruzú, no Paraguai, encontra-se o imponente enigma da Itá Letra (Piedra con Letra), local que abriga um conjunto de petroglifos indescritíveis, que por muito tempo se presumia ter Viking na natureza. O enigmático conjunto de petróglifos remonta a cerca de 5.000 aC e apresentam numerosos símbolos. No entanto, os mais proeminentes de todos são as gravuras que se acredita representarem "mapas estelares" ou constelações.

O conjunto enigmático de inscrições foi estudado por uma equipe de arqueólogos do Museo de Altamira (Espanha) em 2010.

Os pesquisadores concluíram que os números foram elaborados pelos nativos da região, entre os anos 5.000 e 2.500 aC, descartando assim os Vikings escandinavos como possíveis autores.

Acredita-se que os símbolos mais antigos da Itá Letra datam de aproximadamente 5.000 aC. e estão localizados nas cavernas mais escondidas. Os símbolos representam constelações, pegadas de felinos ou pássaros, órgãos sexuais femininos, entre outros objetos que os habitantes da época percebiam e reproduziam em suas cavernas.

 Apesar do fato de que todos imediatamente identificaram o Egito com as pirâmides, a verdade é que existe uma civilização antiga na América do Sul tão avançada, que construiu monumentos e pirâmides diante dos egípcios.
Acredita-se que Caral seja uma das primeiras civilizações antigas sofisticadas que se desenvolveram na América do Sul. Eles desenvolveram métodos avançados em agronomia, medicina, engenharia e arquitetura há mais de 5000 anos.


"Quanto à farmacologia, descobrimos que os habitantes de Caral usavam salgueiro - contendo o * ingrediente químico ativo da aspirina * - para aliviar a dor, como dores de cabeça."

“Outro destaque foi a engenharia civil, que continua a surpreender desde que os cientistas aplicaram a tecnologia de resistência sísmica às construções com mais de 5000 anos de idade.”

 Chan-Chan: a maior cidade pré-colombiana da América do Sul


O estado andino de Chimu era uma antiga civilização que se estabeleceu no Peru moderno por volta de 850 dC. Esta cidade antiga cobre impressionantes vinte quilômetros quadrados com um denso centro urbano de seis quilômetros quadrados. Era a capital imperial, conhecida por mais de cinquenta mil pessoas. Arqueólogos descobriram templos piramidais, cemitérios, jardins, reservatórios e salas dispostas simetricamente no centro da cidade, que consistiam de várias cidadelas muradas.

O império Chimu era bem conhecido por suas cidades extremamente bem planejadas, possuindo edifícios grandes e planos para a nobreza e pirâmides de adobe incrivelmente bem decoradas que serviam como templos.

 Puma Punku, Ollantaytambo, Sacsayhuaman - Um mistério megalítico


Todos os três sítios antigos, Ollantaytambo, Sacsayhuaman e Puma Punku oferecem evidências de pedras supermassivas e blocos de formas intrincadas que foram colocados em posição de forma que nem uma única folha de papel se encaixe entre os blocos.

Ainda mais interessante é o fato de que muitas das pedras encontradas em Ollantaytambo e Sacsayhuaman parecem quase como se fossem derretidas e depois moldadas em uma forma específica.



Sacsayhuaman, por exemplo, apresenta incríveis linhas zic-zac nas pedreiras onde os antigos extraíram suas pedras. Ninguém foi capaz de explicar que tipo de ferramenta poderia ter criado essas linhas uniformemente espaçadas em Sacsayhuaman.

A Puma Punku, por outro lado, oferece-nos os chamados "blocos H", que são um mistério gigantesco por conta própria.

 Ninguém sabe ao certo como eles foram moldados nem para que foram usados.


Um mistério talvez ainda maior é o transporte.

Como os construtores de Puma Punku, Ollantaytambo e Sacsayhuaman transportaram enormes blocos de pedra sem o uso de tecnologias como a roda?

Atividade humana nas Américas há cerca de 130.000 anos?

Tudo isso não surpreende, talvez, se lermos as últimas descobertas arqueológicas que foram feitas no continente americano.

Publicado no Journal Nature é uma descoberta que enviou ondas de choque na comunidade arqueológica.

A chegada dos primeiros humanos na América provocou durante anos um intrincado debate científico entre especialistas.

Depois de encontrar evidências do uso de ferramentas de pedra e restos fósseis de um mastodonte em um sítio arqueológico na Califórnia, especialistas afirmam que alguns de nossos parentes humanos já haviam migrado para o Novo Mundo há aproximadamente 130.000 anos.

 “Percebi que 130.000 anos é uma data muito antiga e faz do nosso site o sítio arqueológico mais antigo das Américas”, afirma o líder do estudo Tom Deméré, paleontólogo do Museu de História Natural de San Diego, cuja equipe descreve hoje sua análise na Nature. “É claro que afirmações extraordinárias como essa exigem evidências extraordinárias, e sentimos que o site do mastodonte da Cerutti apresenta essa evidência.”

E enquanto a descoberta acima mencionada foi feita na América do Norte, isso nos leva a fazer perguntas que evitamos por décadas.

Se havia pessoas na América do Norte há cerca de 130 mil anos, não é possível que existiram hominídeos semelhantes no sul? Na América Central e do Sul?

 Fonte: Imagem em destaque Crédito: Jungle Ruins by Julian-Faylona / antigocódigo.com
















  





Share:

Mi-12 - O maior helicóptero russo do mundo



O Helicóptero soviético Mil Mi-12 também conhecido como W-12, (apelido NATO Homer) é o maior helicóptero já construído de acordo com Guinness Book. O MI-12 é o único que utiliza um esquema de dois rotores transversais que elimina o uso do rotor traseiro. Cada rotor tinha um diâmetro de cerca de 35 metros.
   O helicóptero era tão grande que a distância entre a borda do disco de um rotor para o outro era de quase 67 metros, mais do que a envergadura de um Boeing 747.

 A produção do protótipo do Mi-12 começou em 1965 conseguindo no primeiro teste levantar não menos que 35.000 kg. Em Agosto de 1969, o Mi-12 ergueu 54.205 kg a uma altura de 2.255m, um Record mundial.

 Outro Mi-12 com registro CCCP-21142 / H-833 foi construído e demonstrado na Europa inclusive no show de Le Bourget, Paris, em 1971. 


 Apesar disto o helicóptero não alcançou suas especificações de projeto e o programa foi cancelado com apenas três aeronaves produzidas.


Algumas fontes mencionam um quarto protótipo de MI-12, que caiu em testes, mas isto não foi confirmado por fontes oficiais.


 O outro está na fábrica de helicópteros Michail Leontjewitsch Mil em Lyubertsy-Panki próximo a Moscou.
Foram construídos apenas dois protótipos do V-12, contudo apesar de seu tamanho surpreendente e poder de carga, o projeto foi considerado uma falha por seus fabricante e autoridades soviéticas. O Mil V-12 era grande demais e difícil de manobrar para ser uma máquina prática.  

 Características Gerais
Tripulação: Oito
Capacidade: Até 50,000 kg de carga
Comprimento: 50.00 m
Diâmetro do rotor: 2x50.00 m
Altura: 13.50 m
Área do disco: 1,924 m²
peso vazio: 79,100 kg
Peso com carga: 100,000 kg
Peso máximo para decolagem: 105,000 kg
Motores: 4× Soloviev D-25VF de eixo turbinado, 4,048 kW (6,497 shp) cada
Velocidade máxima: 260 km/h
Desempenho
Alcance: 1,000 km
Teto de serviço: 3,500 m
Razão de subida: 0.9 m/s 

Fonte: gigantesdomundo
Share:

Furacões pelo mundo cada vez mais frequente devido a ação humana no meio ambiente


 Harvey, Irma, Maria e, agora, Nate - um furacão atrás do outro nos Estados Unidos e no Caribe.
Depois de matar mais de 20 pessoas em Honduras, Costa Rica e Nicarágua, a tempestade Nate deve ganhar força e chegar aos EUA como furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson, que mede os fenômenos pela intensidade dos ventos e o potencial de destruição.
Nate está caminho do Texas e da Flórida, que ainda se recuperam dos estragos provocados por outros dois furacões, Harvey e Irma. Ambos derrubaram casas, provocaram inundações e mataram dezenas de pessoas nos EUA e no Caribe.
À espera da tempestade, estado de emergência foi declarado em Nova Orleans, no Estado da Louisiana e em 29 municípios da Flórida.
Por que tanto furacão?
Não é só impressão. O mundo está tendo mais furacões este ano que o normal. A quantidade e a intensidade das tempestades de grandes proporções registradas este ano estão acima da média anual.
 A principal causa para o aumento da força desses fenômenos é o aquecimento global, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.


 Shuai Wang, pesquisador da Faculdade de Ciências Naturais do Imperial College London, explica que a média anual de furacões no Atlântico é de 6,2, conforme a série histórica de 1968 a 2016 da Agência Norte-Americana de Administração Atmosférica e Oceânica.
Em 2017, antes mesmo do término do período de tempestades tropicais, já foram registrados sete furacões, quatro deles de grande proporções - classificados em categorias superiores a 3 na escala Saffir-Simpson. Nate pode ser o oitavo, se cumprir as previsões dos meteorologistas e chegar à escala 1.
"Ainda é cedo para sabermos a quantidade de furacões que teremos em 2017. Mas já podemos dizer que tivemos tempestades mais intensas que a média histórica", diz Wang.

Vários furacões, mesma rota

Em agosto, o furacão Harvey provocou estragos no Texas, Houston e Louisiana, matando pelo menos 47 pessoas. Pouco depois, entre nos dias 6 e 7 de setembro, o furacão Irma arrasou várias cidades do Caribe e o sul da Flórida, provocando mais de 60 mortes.


Numa infeliz coincidência, a mesma região afetada pelo Irma se tornou rota do furacão Maria e, agora, do Nate. Os ventos de até 260 km/h do Maria destelharam casas na ilha de Dominica - até o primeiro-ministro do país teve que ser resgatado da residência oficial.
Em sua passagem na quinta e sexta-feira por Costa Rica, Nicarágua e Honduras, o Nate provocou inundações, deslizamentos e danificou casas.
Além dos mais de 20 mortos, pelo menos 20 pessoas estão desaparecidas. Na Costa Rica, 400 mil pessoas ficaram sem água corrente e milhares estão em abrigos.


 Altas temperaturas

O meteorologista Bob Henson, do Weather Underground, serviço norte-americano de previsão meteorológica, diz que as altas temperaturas do oceano alcançadas este ano podem ter contribuído para a força das tempestades.
"Já alcançamos, antes de terminar o ano, mais tempestades que a média do ano inteiro", disse.
Segundo Henson, por causa das mudanças climáticas, a intensidade dos furacões aumentou nas últimas três décadas. O ano de 2005 foi o que mais registrou furacões - 15 no total, entre os quais o Katrina, que matou ao menos 1,8 mil pessoas nos Estados Unidos.


 "Podemos estar tendo furacões mais fortes associados ao fenômeno do aquecimento global. A temperatura da água afeta a intensidade da tempestade, embora não haja evidência de que influencie na quantidade", avaliou.
A opinião de que o aquecimento global tem papel relevante na intensidade dos furacões é compartilhada pelo pesquisador Shuai Wang, que prevê tempestades cada vez mais fortes se nada for feito para reverter o aumento da temperatura dos oceanos.
"O furacão é como um motor que precisa de combustível. A lógica é que, com a mudança climática, o oceano fica mais quente e gera mais energia para o ciclone, que acaba causando mais estragos quando alcança o continente", explicou.
"Os pesquisadores divergem sobre o efeito a longo prazo do aquecimento global. Eu acho que, se a temperatura continuar aumentando, teremos ciclones mais intensos", completou Wang.
Lógica parecida serve para desastres causados por excesso de chuvas, as chamadas monções. Para Bob Henson, a intensidade pode ter aumentado por causa do aquecimento solar.
"Temperaturas mais altas favorecem a evaporação das águas. O ambiente úmido da atmosfera permite chuvas mais fortes." Fonte: www.bbc.com



                                                               



Share:

Como o rosto humano chegou a ter a forma que conhecemos hoje




Os humanos têm uma cabeça menor, sobrancelhas mais cheias e expressivas, além de um rosto mais magro do que nossos ancestrais.
A face humana atual é muito diferente daquela dos hominídeos já extintos, como os neandertais.
E também é diferente de nossos parentes mais próximos, como os bonobos e os chimpanzés.
Mas como e por que o rosto humano evoluiu dessa maneira?
Embora já soubéssemos que nosso rosto é como o conhecemos hoje por razões biomecânicas e fisiológicas, agora um novo estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution aponta que as relações sociais também influenciaram nessa evolução.

 A importância da comunicação

O rosto é um complexo esquelético formado por 14 ossos que abrigam partes dos sistemas digestivo, respiratório, visual e olfativo, que nos permitem comer, respirar, ver e ouvir.


 Por exemplo, nossos rostos foram reduzindo à medida que nossa capacidade de cozinhar e processar alimentos nos permitiu mastigar menos.
"Sabemos que fatores como dieta, fisiologia respiratória e o clima contribuíram para a forma da face humana moderna. Mas interpretar sua evolução apenas nesses termos seria uma simplificação excessiva", explica Paul O'Higgins, da Universidade de York, no Reino Unido.
O'Higgins é um dos autores do estudo em que cientistas da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nova York, nos EUA, a Universidade Estatal do Arizona e a Universidade Complutense de Madri.
Os cientistas analisaram as mudanças na evolução da face desde os primeiros hominídeos africanos até o surgimento da anatomia humana moderna.
E sua conclusão é que a evolução do rosto pode ter sido motivada em parte por nossa necessidade de ter boas habilidades sociais.
Segundo eles, um dos fatores que fizeram nosso rosto evoluir foi a necessidade de ter mais opções para gestos e comunicação não verbal.
Essas são habilidades vitais para estabelecer as grandes vínculos sociais que supostamente ajudaram o Homo sapiens a sobreviver, como explicado em um comunicado da Universidade de York.
Em vez da expressiva testa de outros hominídeos, os humanos desenvolveram uma testa mais achatada e sobrancelhas mais visíveis e volumosas, capazes de realizar uma maior variedade de movimentos, o que nos permite expressar uma ampla gama de emoções.


Com o rosto, podemos apontar mais de 20 categorias diferentes de emoção através da contração ou relaxamento dos músculos", explica O'Higgins.
Ele acrescenta: "É improvável que nossos primeiros antepassados ​​humanos tenham a mesma destreza facial que nós".
E como será o rosto humano no futuro?
"As dietas modernas mais suaves e as sociedades industrializadas podem fazer com que o rosto humano continue diminuindo de tamanho", diz O'Higgins.
Mas acrescenta: "Há limites sobre o quanto o rosto humano pode mudar. Por exemplo, a respiração requer uma cavidade nasal grande o suficiente".
Assim, os cientistas do estudo acreditam que ele seguirá evoluindo, mas não se sabem exatamente como.
Teremos de esperar para saber. Fonte: www.bbc.com




Share:

O maior avião do mundo decola na Califórnia EUA


O maior avião do mundo em envergadura voou neste sábado (13) pela primeira vez sobre o deserto de Mojave, na Califórnia (EUA). A máquina, batizada de Stratolaunch, tem 117 metros de uma ponta da asa à outra - maior que um campo de futebol oficial (até 110 metros).


O avião foi desenvolvido pela empresa de mesmo nome e quebra um recorde de 71 anos, que pertencia anteriormente ao hidroavião Hughes H-4 Hercules. Este possuía 98 metros de envergadura, e voou pela primeira vez em 1947.
O Stratolaunch possui um comprimento de 73 metros, do nariz à cauda.


A Stratolaunch é uma empresa criada em 2011 por um co-fundador da Microsoft, Paul Allen (1953-2018). Segundo a empresa, o objetivo é que o avião funcione como uma plataforma móvel para o lançamento de satélites.
A ideia é baratear o lançamento, reduzindo custos em relação aos foguetes lançados do solo.


O aparelho consiste em duas máquinas gêmeas, sustentadas por seis motores a jato. Neste sábado, ele voou durante duas horas e meia sobre o deserto, atingindo velocidades de 274 km/h e a altitude de 4.572 metros.
O piloto, Evan Thomas, disse a jornalistas que a experiência foi "fantástica" e que "na maior parte do tempo, o avião voou como previsto".

Neste voo inaugural, a equipe avaliou a performance do aparelho e sua manobrabilidade. O pouso ocorreu sem incidentes, segundo a empresa.
Em seu site, a Stratolaunch diz que seu objetivo é tornar "o acesso à órbita terrestre tão rotineiro quanto pegar um voo comercial é hoje".
"A asa central reforçada suporta múltiplos veículos de lançamento de satélites, cujo peso pode chegar a mais de 220 toneladas", diz uma nota publicada pela empresa.


 bilionário britânico Richard Branson, dono da companhia Virgin Galactic, também está desenvolvendo um veículo parecido, cujo objetivo é lançar satélites a partir de uma grande altitude.
Embora a Stratolaunch descreva seu avião como o "maior do mundo", há outros que o superam em comprimento do nariz à cauda. Fonte: www.bbc.com
Leia também: Antonov russo o maior avião do mundo

Share:

Seu celular pode realmente está te espionando




Você já teve a sensação alguma vez de que o seu smartphone ou tablet grava as suas conversas? Já recebeu algum anúncio, digamos, de passagens aéreas para o Rio de Janeiro logo depois de falar com um amigo que estava pensando em passar férias lá?
Lenda urbana ou realidade? Meu telefone pode realmente estar "gravando" minhas conversas ao vivo?


Onde denunciar crimes virtuais

A proliferação de microfones nos nossos celulares e de autofalantes inteligentes - como o sistema Siri da Apple e a Alexa da Amazon - pode nos levar a pensar que qualquer um pode escutar nossas conversas e que nossa privacidade está ameaçada.
Zoe Kleinman, correspondente de tecnologia da BBC, relatou no programa Bussines Daily a experiência que teve com seu celular - e que a levou a desconfiar que terceiros acessaram o microfone do aparelho para espioná-la.
"Há alguns anos, eu estava conversando com minha mãe na cozinha da casa dela, e ela me contou que um amigo da família tinha morrido em um acidente de trânsito fora do país. Lembro que o telefone estava do meu lado".


 "Foi um acidente dramático, e então procurei saber se algum veículo de comunicação tinha noticiado (o acidente). Digitei o sobrenome dele no mecanismo de busca, e o corretor me sugeriu corretamente o resto do nome", diz.

"Como era possível o buscador me oferecer essa possibilidade quando, na verdade, nenhum meio de comunicação tinha escrito nada sobre o acidente?", pergunta ela.

Coincidência?

Pode ser. Pode ser também que outras pessoas já tivessem buscado aquele nome antes no mecanismo, o que o levaria a "deduzir" o restante.
De qualquer forma, Kleinman começou a investigar se realmente era possível que nossos dispositivos estivessem acessando nossas conversas.
Para isto, chamou um especialista no tema e o desafiou a criar um programa que fosse capaz de "capturar" as conversas pelo microfone de seu celular, a partir de um laptop.
"O que me pareceu mais desesperador é que ele conseguiu desenvolver esse aplicativo em dois dias."


 Testado, o sistema se mostrou capaz de converter em texto as conversas captadas pelo microfone do celular.
Se até Kleinman e seu especialista conseguiram, o que poderiam fazer empresas gigantes de tecnologia?
"Na verdade é um risco grande para elas. Espionar é ilegal. Não se pode colher dados de pessoas sem antes receber permissão explícita para tal", diz.
Kleinman fez questão de ressaltar, porém, que o que ela e o especialista demonstraram é que a espionagem era tecnicamente possível. E não que estivesse necessariamente acontecendo.
"A conclusão a que chegamos é que, se é possível, é provável que haja pessoas tentando ativar o controle de voz. Nos rodeamos com esses dispositivos e eles estão nos ouvindo, à espera de palavras de controle para ativá-los", diz Kleinman.
"Todas as empresas absolutamente negam que usem os dados coletados por voz e neguem que compartilhem esses dados com terceiros", diz a jornalista da BBC.
Leia também: Podem lhe espionar mesmo com o celular desligado

Software por cinco dólares

Outra pessoa que demonstrou como é fácil hackear o microfone de alguém foi o cineasta holandês Anthony van der Meer. Ele deixou seu telefone ser roubado de propósito, a fim de secretamente usá-lo para registrar o ladrão.
Ele instalou um aplicativo muito simples no aparelho que lhe permitia fazer tudo o que faz com seu telefone normalmente, mas à distância.


 Esse aplicativo sempre funcionaria, mesmo que o ladrão reiniciasse o smartphone.
"Eu podia ver contatos, mensagens, gravar áudio, vídeo, tirar fotos", diz ele. Em suma, van der Meer tinha acesso a tudo.
"Me dei conta do quanto compartilhamos com nosso celular e de que esse é o dispositivo perfeito para espionagem, porque as pessoas o levam com eles o tempo todo." Celulares costumam ter um microfone, câmera e até sistema GPS, que permite que você saiba onde as pessoas estão. Não nos damos conta do dano que ele pode fazer", diz van der Meer.
Por exemplo: o cineasta ficou sabendo que o ladrão frequentava abrigos para pessoas sem teto, depois de olhar os registros de GPS.
Ele também gravou 30 segundos de conversa duas vezes por dia. Se parecesse interessante, ele gravaria mais tempo.
O aplicativo que ele tinha instalado no telefone roubado permitiu que ele visse quando o celular estava on-line. Também enviava um texto de conversas gravadas para o e-mail de van der Meer.


É um aplicativo muito útil e fácil de usar", diz ele.
É também um software legal e não muito caro. "Eu acho que paguei cerca de US$ 5 para me inscrever e usá-lo para a vida toda".
Outra coisa que Anthony Van der Meer destaca é o poder do microfone.
"Mesmo que esteja no bolso, as conversas foram bastante claras e nítidas".
"Na verdade, é muito assustador saber que, mesmo para uma pessoa como eu, com habilidades tecnológicas limitadas, é muito fácil."
E quando é tão fácil obter seus dados, extorsão ou chantagem passam a ser um risco real.
"O aplicativo pode fazer streaming, ou seja, gravar ao vivo o que a pessoa está fazendo naquele momento, seja em vídeo ou áudio", afirma o cineasta.

Termos de uso

A especialista em segurança, Lisa Forte, diz estar certa de que nosso celulares permitem que sejamos espionados, e chama a atenção para os termos de uso, as mensagens que aparecem no celular quando baixamos novos aplicativos, muitas vezes pedindo autorização para acessar os microfones, localização e câmeras.

 Ela lembra, sem citar o nome, de um aplicativo que dizia, em seus termos de uso, que não ia "armazenar nenhum áudio em nossos servidores".
"Para mim, é uma coisa muito estranha de se dizer, porque se eles não acumulassem nenhum dos dados que coletam sobre nós, eles diriam simplesmente que 'nenhum dado será coletado'."
"Eu acho que eles poderiam estar transcrevendo o áudio e é isso que eles armazenam: um texto sobre nosso áudio", explica Forte.


Toda essa coleta de dados é usada, no caso descrito por Forte, com um propósito comercial. Mas uma vez que as empresas armazenam nossos dados, nada impede que hackers os roubem e os usem contra nós.

Como se proteger

Então, o que as pessoas podem fazer para se proteger?
"Eu nunca tenho uma conversa importante perto do meu telefone, mas o que é importante com os smartphones é ter o sistema operacional atualizado. Toda vez que uma atualização for lançada, atualize imediatamente", recomenda Lisa Forte.
Se houver alguma suspeita ou falha no sistema operacional do telefone, a atualização resolveria isso.
Finalmente, devemos ter muito cuidado com os aplicativos que baixamos e com as permissões que concedemos a eles.
É realmente necessário que este jogo de que gostamos tenha acesso à nossa câmera? Para quê?
"Outra coisa a ter em mente é que existem aplicativos que ativam o microfone e isso nos consome dados e bateria", lembra Kleinman. Fonte: www.bbc.com





  



   



Share:

Hábitos digitais estão atrofiando a inteligência das pessoas



A neurocientista cognitiva americana Maryanne Wolf costuma ser abordada, em suas palestras e aulas, por pessoas que se queixam de não conseguir mais se concentrar em textos longos ou "mergulhar" na leitura tão profundamente quanto conseguiam antes.
"As pessoas estão percebendo que algo está mudando em si mesmas, que é seu poder de leitura. E há um motivo para isso", diz Wolf.

A razão, segundo a pesquisadora da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), é que o excesso de tempo em telas - celulares e tablets, desde a infância até a vida adulta - e os hábitos digitais associados a isso estão mudando radicalmente a forma como muitos de nós processamos a informação que lemos.
Segundo um livro de Wolf prestes a ser lançado no Brasil (O Cérebro no Mundo Digital - Os desafios da leitura na nossa era; ed. Contexto) e algumas pesquisas sobre o tema, o fato de lermos cada vez mais em telas, em vez de papel, e a prática cada vez mais comum de apenas "passar os olhos" superficialmente em múltiplos textos e postagens online podem estar dilapidando nossa capacidade de entender argumentos complexos, de fazer uma análise crítica do que lemos e até mesmo de criar empatia por pontos de vista diferentes do nosso.

Tudo isso tem o poder de impactar desde a nossa performance individual no mercado de trabalho até nossa tomada de decisões políticas e a vida em sociedade. Null Talvez também te interesse
null. Mas o que acontece com a leitura no nosso cérebro, e o que podemos fazer a respeito?

O circuito da leitura

Wolf, que é diretora do Centro de Dislexia, Aprendizagem Diversa e Justiça Social da UCLA, explica à BBC News Brasil que, ao contrário da visão e da linguagem oral, a habilidade de ler e interpretar letras e números não é algo com que nascemos: a leitura é resultado de um circuito que os seres humanos começaram a criar no cérebro cerca de 6 mil anos atrás.
Esse circuito cerebral começou a se desenvolver quando nossos antepassados passaram a contar cabeças de gado e a criar símbolos para fazer seus primeiros registros escritos. E evoluiu, em (relativamente) pouco tempo, até a elaborada capacidade que temos hoje, de processar argumentos, sutilezas e emoções impressos nas páginas de livros e jornais.


"Não existe, portanto, um circuito genético para ler, que se desenvolva logo que uma criança nasce", explica Wolf à BBC News Brasil.

"(A habilidade de) ler é algo que precisa ser criada no cérebro, e o circuito vai refletir a linguagem que a pessoa usa, seu sistema de escrita, e o meio pelo qual lê."
Ou seja, esse circuito é moldado pela forma como lemos e pelo tempo que gastamos na leitura. Como os hábitos digitais atualmente favorecem uma leitura pouco aprofundada, em que apenas passamos os olhos por textos diversos, o perigo, diz Wolf, é que a habilidade de entender argumentos complexos - sejam eles presentes em um contrato legal, em um livro, em uma reportagem mais longa - pode ser "atrofiada" caso não seja exercitada.
Em um cenário de leitura apenas superficial, "o circuito da leitura no cérebro não vai alocar tempo suficiente para um processamento cognitivo" necessário para um processamento crítico, diz a acadêmica.
"Ao apenas 'passar os olhos' em um texto, a pessoa passa por cima da argumentação, dos pontos mais sofisticados do texto, e receberá menos da substância de pensamento que é importante para a análise crítica."

  Tempo de tela

A preocupação principal de Wolf e de acadêmicos como ela é o que acontecerá com as gerações mais jovens, habituadas desde os primeiros anos de vida a passar horas nos celulares e tablets e a consumir ali toda a sua informação, com rapidez e diversas distrações.
Embora muito se fale dos riscos que o excesso de tempo passivo diante de telas pode causar para a saúde infantil - dos problemas de visão à obesidade -, só agora a ciência começa a explorar o potencial impacto dos hábitos digitais sobre o poder de leitura e a concentração dessas crianças no futuro.
Uma meta-análise feita por estudiosos da Espanha e de Israel analisou dados de 171 mil pessoas na Europa, coletados entre 2000 e 2017, para comparar a compreensão de leitura dos participantes nos meios digital e papel.


 O estudo diz que ainda é difícil chegar a conclusões absolutas, porque o desempenho das pessoas é "inconsistente", mas identificou o que chama de "inferioridade da tela": a leitura digital parece não favorecer as habilidades de compreensão dos leitores, e o processamento das informações é mais "raso" nesses meios online.
O que acontecerá no futuro ainda é difícil prever. O estudo levanta a possibilidade de as vantagens da leitura no meio impresso se perderem ao longo do tempo.
Já Maryanne Wolf teme que, em vez disso, as pessoas percam aos poucos as capacidades de leitura que levamos milênios para desenvolver no nível atual.
"É isso o que me preocupa nos mais jovens: eles estão desenvolvendo uma impaciência cognitiva que não favorece (a leitura crítica)", diz a acadêmica. "Deixamos de estar profundamente engajados no que estamos lendo, o que torna mais improvável que sejamos transportados para um entendimento real dos sentimentos e pensamentos de outra pessoa."
É nesse aspecto que Wolf acredita que a "leitura rápida" pode reduzir a nossa capacidade de sentir empatia pelos demais ou de superar mais limites de conhecimento. E também dificultar o nosso entendimento sobre o que está acontecendo na política, na economia ou em qualquer outro fenômeno social complexo, que exija uma leitura cuidadosa e que tenha causas - e soluções - não simplistas.
"As pessoas ficam muito mais suscetíveis a fake news e demagogos que criam falsas expectativas", opina ela.
Outra possível consequência é que diminua nossa capacidade de pensar mais criticamente e de levar em conta diferentes pontos de vista, habilidades consideradas cada vez mais importantes no mercado de trabalho à medida que empregos que exigem menos capacitação vão sendo automatizados.

O psicólogo Daniel Goleman, que também estuda esse assunto, alerta para o que chama de "atenção parcialmente contínua" - citando, por exemplo, participantes de seminários que, de olho em seus celulares e notebooks, não conseguem prestar atenção plena ao que diziam os palestrantes do evento.
O perigo, diz ele, é que percamos parte da nossa habilidade de chegar ao fim de leituras e de tarefas offline.


É preciso ser realista

No entanto, os pesquisadores concordam que não adianta querer evitar o inevitável: as pessoas leem cada vez mais online e de modo rápido, e isso certamente não mudará em um futuro próximo.
"Está claro que a leitura em meios digitais é uma parte inevitável das nossas vidas e uma parte integral do campo da educação", diz a meta-análise europeia.
"Ainda que os resultados atuais indiquem que a leitura em papel deva ser preferida à leitura online, não é realista recomendar que se evitem os dispositivos digitais. No entanto, ignorar os resultados de um robusto efeito de inferioridade da tela pode (...) impedir que leitores se beneficiem plenamente de suas capacidades de leitura e que crianças desenvolvam essas habilidades."
Wolf lembra, ao mesmo tempo, que são inegáveis os benefícios da internet e da leitura online para democratizar e agilizar a transmissão de informação. Para ela, o primeiro passo é termos consciência do que está acontecendo com nossa capacidade de leitura.
"Quero reforçar que não vejo isso como uma questão binária, como uma oposição (entre telas e material impresso). Temos apenas de saber qual o propósito do que estamos lendo e qual é a melhor forma de fazê-lo. Não se trata de escolher um meio em detrimento do outro, mas sim entender o que está acontecendo com nosso cérebro e entender o propósito do que se está lendo", diz a pesquisadora.
"Se eu precisar ler algo simples e superficial, a tela é ótima. Mas se for algo complexo, que necessite de um olhar sob diferentes perspectivas, em que precise discernir o verdadeiro valor da informação, então tenho de pensar se o meio vai promover o processamento mais lento e profundo de uma análise crítica."


Como incentivar a leitura crítica

Não há, diz ela, uma receita universal para preservar nossa habilidade de leitura crítica, mas sim a necessidade de prestar atenção a nossos próprios hábitos e aos das crianças.
Para algumas pessoas, bastará concentrar-se em uma leitura sem distrações - mesmo que seja online - e manter o olhar atento para múltiplas perspectivas e pontos de vista. Outros talvez precisem ter a autodisciplina de limitar seu tempo diário diante das telas, para ter o que ela chama de "vida digital mais saudável", além de retomar o hábito de ler livros impressos.
E, para crianças e adolescentes, eis algumas recomendações do livro de Wolf:
- Ensinar a evitar o "multitasking". A realização de múltiplas tarefas simultaneamente online dá aos jovens a capacidade de lidar com múltiplos fluxos de atenção, mas cria dependência de dopamina (que recompensa o cérebro por buscar constantes estímulos) e desestimula a memória;
- Proteger o tempo ocioso das crianças, ou seja, não deixar que todo momento de ócio vire desculpa para usar telas. É no ócio que nasce a criatividade;
- Ler livros para as crianças, antes mesmo de elas começarem a falar. Isso estimula conexões neurais, a atenção recíproca entre pais e filhos, a experiência tátil dos livros e é, diz ela, o "começo ideal para uma vida de leitor". Wolf faz coro com especialistas que sugerem que crianças com menos de 2 anos não devem ser expostas a telas;
- Entre dois e três anos, limitar a no máximo meia hora o tempo diário de tela. Para os maiores, limitar a duas horas diárias. Wolf acha que não adianta proibir totalmente as telas, porque isso só causará mais obsessão por elas. O jeito é buscar equilíbrio;
- Sobretudo entre 2 e 5 anos de idade, cercar as crianças de lápis coloridos, livros, números e música, que estimulem a criatividade e a exploração física do meio. O aprendizado de música e de esportes também ajuda a ensinar disciplina e recompensas de longo prazo;
Por fim, ela lembra que muitas crianças conseguem manter a conexão com os livros mesmo acessando tablets e celulares com moderação. "O importante é estimular a formação de uma mente curiosa", escreve ela. "A formação cuidadosa do raciocínio crítico é a melhor maneira de vacinar a próxima geração contra a informação manipuladora e superficial, seja em texto (de papel) ou em telas." Fonte: www.bbc.com
Leia também: Uma busca no Google super estranha


Papinhas para bebês por R$ 69,70
Clique e conheça










Share:

Coronavírus - A Origem - Documentário - 2020

Título Original: My Octopus Teacher Lançamento: 2020 Gêneros: Documentário Idioma: Inglês Qualidade: 1080p / Full HD / WEB-DL Duração: 1h 25...

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *