13. Suzana Herculano-Houzel (1972-), neurocientista e
primeira brasileira a dar uma palestra na Conferência TEDGlobal
Suzana Herculano-Houzel é uma neurocientista carioca
que dirige o Laboratório de Neuroanatomia Comparada na Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
A Dra. Suzana estuda o cérebro humano, e sua pesquisa é tão
importante que já foi assunto da Conferência TEDGlobal. Ela foi a primeira
cientista brasileira a dar uma palestra nesse evento mundialmente reconhecido.
Sua grande contribuição para a ciência foi a criação de uma
forma de comparar o número de neurônios em cérebros de diferentes
animais, usando o que ela chama de “sopa cerebral”. Seu método de dissolução
das membranas celulares para fazer uma sopa, usando simples detergente, destrói
as membranas das células, mas deixa os núcleos intactos. Isso permite que
pesquisadores contem facilmente as células cerebrais através de um microscópio.
Usando esse método, ela conseguiu, pela primeira vez na história, contar com
precisão o número de neurônios do cérebro humano: 86 bilhões.
Outra grande descoberta da qual Suzana teve participação foi
uma pesquisa que concluiu que assar a comida foi o fator que levou os humanos
a terem cérebros maiores. Isso nos diferenciou enormemente dos outros animais,
e levou a nossa dominação do planeta.
12. Marcelo Gleiser (1959-), astrônomo e físico que defende
a imperfeição do universo
Marcelo Gleiser é um físico, astrônomo, professor e
escritor brasileiro, conhecido inclusive nos Estados Unidos por seus
lecionamentos e pesquisas científicas. Escreveu sete livros e publicou três
coletâneas de artigos e, em 2007, foi eleito membro da Academia Brasileira de
Filosofia.
Um tema recorrente em seus trabalhos é o debate entre as
visões de mundo religiosas e científicas. Um de seus livros, “Criação
Imperfeita”, argumenta que a crença de pesquisadores de que exista algum sentido
oculto no universo é uma contaminação da religião sobre a ciência, um ato de fé
incompatível com a racionalidade. Segundo ele, temos que derrubar o mito de que
o mundo é perfeito, já que a natureza tem nos mostrado justamente o contrário:
que suas leis são complexas, seus elementos irregulares e assimétricos, e que a
vida na forma como conhecemos só surgiu devido a uma série de acontecimentos
cósmicos improváveis que culminaram em um planeta habitável.
11. Milton Santos (1926–2001), geógrafo que ganhou o mais
importante prêmio da área
Milton Santos teve uma carreira extensa, que começou na
Faculdade Católica de Filosofia na Bahia. Tendo feito doutorado na França e
viajado pela Europa e pela África, publicou em 1960 um dos seus artigos mais
famosos, o estudo “Mariana em Preto e Branco”.
No final dos anos 1950, Milton participou de um concurso
(que acabou não se realizando) para livre-docente na Universidade Federal da Bahia.
Após ter recorrido à Justiça, conseguiu prestar o exame, defendendo
brilhantemente a tese “Os Estudos Regionais e o Futuro da Geografia”.
Milton Santos foi um dos fundadores do Laboratório de
Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, um ícone dos
estudos da área. Pouco tempo depois, no entanto, com o golpe militar de 1964,
Milton foi preso e exilado. Convidado a lecionar na Universidade de Toulouse
(França), ficou ali três anos.
Na década de 1970, o cientista estudou e trabalhou em universidades
no Peru, na Venezuela e nos EUA. Entre 1975 e 1976, chegou a ser pesquisador no
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Em 1977, retornou para o
Brasil, trazendo já completa a obra “Por uma Geografia Nova”. Em 1984,
conseguiu o posto de professor titular na Universidade de São Paulo (USP).
No período final de sua vida, em 1994, recebeu o Prêmio
Vautrim Lud, considerado “o Nobel da Geografia”. Foi agraciado com inúmeras
honrarias, títulos e medalhas e morreu aos 75 anos, legando obras e atividades
que foram um marco nos estudos geográficos no Brasil.
10. Euryclides Zerbini (1912-1993), cirurgião que realizou o
primeiro transplante de coração da América Latina
Formado em medicina pela Universidade de São Paulo, Euryclides
Zerbini especializou-se em cirurgia geral, e mais tarde estudou cirurgia
torácica, cardíaca e pulmonar nos EUA.
Em 1957, iniciou experiências para abertura do coração em
animais, utilizando circulação extracorpórea. Na Universidade de Minneapolis,
nos Estados Unidos, foi colega do Dr. Christian Barnard, o primeiro cirurgião a
realizar um transplante cardíaco.
Em 26 de maio de 1968, ele realizou no Hospital das
Clínicas, em São Paulo, o primeiro transplante de coração da América Latina. O
êxito do cirurgião trouxe para o Brasil a admiração e o respeito das outras
nações, tornando o país um dos mais avançados centros de cirurgia cardiológica
do mundo.
Professor da USP, criou o Centro de Ensino de Cirurgia
Cardíaca, que se transformaria no Instituto do Coração (Incor) em 1975. Durante
seus 58 anos de carreira, recebeu 125 títulos honoríficos e inúmeras homenagens
de governos de todo o mundo, além de ter realizado mais de 40 mil cirurgias
cardíacas, pessoalmente ou por meio de sua equipe.
9. Carlos Paz de Araújo (1954-), dono de 600 patentes que
lhe renderam US$ 150 milhões
Aos 17 anos, quando desembarcou nos EUA para fazer um
intercâmbio, Carlos Paz de Araújo nunca mais voltou. O cientista nascido
em Natal graduou-se em engenharia elétrica na Universidade Notre Dame e, apesar
da discriminação em relação aos latinos dos professores, teve desempenho
escolar tão bom que conquistou uma bolsa da Força Aérea Americana para fazer
mestrado e doutorado.
Hoje, cerca de 35 anos depois, o brasileiro naturalizado
americano coleciona um portfólio de quase 600 patentes registradas em seu nome.
A maior parte delas está associada à nanotecnologia, em especial um chip de
memória ferroelétrica, cujo custo é inferior aos modelos tradicionais e a
capacidade, maior. Ao todo, estima-se que ele tenha acumulado mais de US$ 150
milhões em licenças e royalties pelo mundo afora.
Em 2006, Araújo foi o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio
máximo de inovação tecnológica, concedido pelo Institute of Electrical and
Electronic Engineers, mais conhecido como prêmio Daniel Noble Award. Entre
diversas outras empresas que usam sua tecnologia, a Panasonic, a gigante
japonesa dos eletrônicos, adquiriu 9% do capital de sua empresa, a Symetrix.
Apesar do enorme sucesso de Araújo, ele é desconhecido no
próprio país. Enquanto o Japão usa a tecnologia inventada por ele em seu
sistema de transporte público, a China a usa em carteiras de identidade, e
algumas das principais fabricantes de computadores (como Sony e Acer) a usem em
modelos de leitores de cartões, o chip de memória do brasileiro não é usado no
Brasil e nos EUA, por causa de interesses econômicos.
8. Bartolomeu de Gusmão (1685-1724), padre que construiu o
primeiro balão do mundo
Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi um sacerdote e
inventor brasileiro. A mais famosa de suas experiências foi o primeiro balão
construído no mundo. Ele apresentou sua obra no Palácio Real para o então Rei
de Portugal, D. João V, em 1709.
Por falta de documentos históricos, é difícil saber como a
invenção realmente ocorreu, mas crê-se que o padre, ao examinar o comportamento
de uma chama, percebeu que o ar quente podia elevar pequenos objetos. Foi isso
que o inspirou a projetar o primeiro aeróstato, um aparelho parecido com nosso
balão de São João.
Nascido em Santos, o “padre voador” teve uma carreia
conturbada. Foi perseguido pela Inquisição por ser amigo de judeus e teve que
fugir para a Holanda, onde fez experiências com lentes. Mais tarde, seguiu para
a França, onde vendia remédios fabricados por ele nas ruas. Formado em Direito,
teve atuação nos tribunais, foi membro da Academia Real de História, cumpriu
missões diplomáticas com o apoio do rei D. João V e até foi nomeado Secretário
dos Estrangeiros.
Por conta de suas invenções, Bartolomeu sofria bullying dos
fidalgos e inquisidores, que o viam como um “bruxo”. Morreu na Espanha,
acometido por uma febre, em novembro de 1724.
7. Adolpho Lutz (1855-1940), médico e sanitarista que
combateu doenças graves e descobriu que o leite precisava ser pasteurizado
Nascido no Rio de Janeiro, Adolpho Lutz foi levado
aos dois anos de idade para a Suíça, terra de origem de seus pais. Formou-se em
medicina pela Universidade de Berna, porém voltou ao Brasil aos 26 anos por
escolha própria, para ajudar no seu país natal. Segundo ele, as condições de
higiene da época agravavam o quadro da saúde pública brasileira.
Lutz atendia à população carente e viajava frequentemente à
Europa para acompanhar as novidades dos centros científicos, trazendo-as para o
Brasil Imperial. Ele combateu várias doenças importantes por aqui: febre
amarela, varíola, peste bubônica, febre tifoide, cólera, malária e tuberculose.
Uma vitória importante em sua carreira foi identificar o
mosquito Aedes aegypti como o transmissor do vírus causador da febre amarela.
Ele mesmo e outros médicos foram cobaias para a experiência que comprovou o
mecanismo de transmissão da moléstia.
Depois de anos lutando pelo Brasil, uma polêmica na cidade
de São Paulo foi a gota d’água para que Lutz se retirasse da vida pública nessa
cidade. Ele afirmava que a tuberculose bovina podia ser transmitida ao homem
por meio do consumo do leite de vaca, mas acabou sendo ridicularizado por
médicos que apoiavam os interesses comerciais dos pecuaristas. Lutz tinha
razão, tanto que hoje a pasteurização do leite para consumo humano é absoluta
rotina.
6. José Leite Lopes (1918-2006), único físico brasileiro
detentor do Unesco Science Prize
Em 1940, iniciou sua formação em Física na Faculdade
Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro. Passou também pelo Instituto de
Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade
de São Paulo (USP), onde aprofundou suas pesquisas. Em 1944, graças a uma bolsa
do governo americano, Leite Lopes fez doutorado na Universidade de Princeton
(EUA), onde iniciou seu trabalho de tese sob orientação de Wolfgang Pauli,
prêmio Nobel de Física em 1945 e um dos fundadores da Mecânica Quântica. Na
universidade, assistiu cursos ministrados por Einstein, Pauli e Reichenbach,
entre outros.
Como pesquisador, destacou-se na área de física de
partículas e trabalhou no problema da integração de forças fundamentais da
natureza. Por muito pouco não chegou à teoria unificada das interações
eletromagnéticas e fracas, que deu o prêmio Nobel a Steven Weinberg. Seu principal
trabalho na área foi a previsão teórica de um novo tipo de partícula
fundamental, o bóson vetorial.
Leite Lopes foi membro de diversas academias de ciências e
recebeu vários convites para trabalhar no exterior. Aceitou, em 1970, o convite
da Universidade de Strasbourg, onde ficou até 1985 quando foi convidado a
dirigir a instituição que havia sido fundada por ele em 1949, o Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas. Além de trabalhos originais de pesquisa
científica e de filosofia da física, publicou vários livros adotados
internacionalmente.
5. Herch Moysés Nussenzveig (1933-), físico autor de livros
didáticos muito conhecidos
Bacharel e doutor em Física pela Universidade de São
Paulo, Herch estudou na França, foi pesquisador do Centro Brasileiro
de Pesquisas Físicas e da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos,
professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro e atualmente é professor emérito da
Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro da Academia Brasileira de
Ciências.
Já ganhou diversos prêmios e homenagens, incluindo o Prêmio
Max Born, outorgado pela Optical Society a cientistas que tenham dado
contribuições significativas no campo da óptica em 1986, e uma condecoração da
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1995.
Fez pesquisas em diferentes campos, incluindo teoria da
difração, casualidade e relações de dispersão; propriedades analíticas de
amplitudes de espalhamento; atraso temporal; teoria do laser e teoria do
arco-íris e da auréola. É autor de vários livros didáticos, entre eles a
coleção Curso de Física Básica, que recebeu o Prêmio Jabuti em 1999 na
categoria Ciências Exatas, Tecnologia e Informática.
4. Duília de Mello (1963-), astrônoma brasileira que cuida
de projetos na NASA
Duília descobriu e escreveu sobre a supernova 1997D em
janeiro de 1997, no Chile. Hoje, ela é uma estrela muito citada por ser a
supernova mais fraca já vista até hoje, sendo que a astrônoma a viu
praticamente a olho nu. Em conjunto com Claudia Oliveira, em 2008, ela também
descobriu as bolhas azuis, estrelas que nascem do lado de fora das galáxias em
processo de colisão.
3. César Lattes (1924-2005), físico mundialmente famoso que
confirmou a existência do méson pi
Com formação na USP, Lattes também trabalhou no Laboratório
H. H. Wills, na Universidade de Bristol, onde fez a descoberta do méson. Em
seguida, ficou conhecido internacionalmente e foi trabalhar em Berkeley, na
Califórnia. Lá, identificou as trajetórias dos píons produzidos no acelerador
de partículas da Universidade.
Outra grande contribuição de Lattes foi a idealização de um
laboratório de Física Cósmica em La Paz, Bolívia, que se transformou em um
centro científico internacional, abrigando pesquisadores de quase todos os
continentes.
Lattes foi membro da Academia Brasileira de Ciências, da
União Internacional de Física Pura e Aplicada, do Conselho Latino-Americano de
Raios Cósmicos, das Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e
Japonesa de Física, entre outras instituições. Também recebeu muitas homenagens
e prêmios no Brasil e no exterior, incluindo o Prêmio Einstein, o Prêmio
Fonseca Costa do CNPq e a Medalha Santos Dumont.
2. Oswaldo Cruz (1872-1917), sanitarista que salvou a vida
de milhares de brasileiros
Oswaldo Cruz foi um cientista, médico, bacteriologista,
epidemiologista e sanitarista brasileiro, pioneiro no estudo de doenças
tropicais e da medicina experimental no Brasil.
Tendo estudado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e
em Paris, combateu em 1899 o surto de peste bubônica que ocorria em Santos e em
outras cidades portuárias brasileiras e, em 1900, fundou o Instituto
Soroterápico Nacional, no Rio de Janeiro, que depois passou a se chamar
Instituto Oswaldo Cruz. A instituição possui grande respeito internacional.
Cruz coordenou campanhas para erradicação da febre amarela,
varíola e eliminação dos focos de insetos transmissores de doenças tropicais no
Brasil. Com o objetivo de erradicar as moléstias contagiosas, gerou uma
campanha de vacinação forçada, que acabou sendo conhecida como a Revolta da
Vacina. O ato salvou a vida de muitas pessoas.
No ano de 1916, colaborou para a fundação da Academia
Brasileira de Ciências e se tornou prefeito de Petrópolis, RJ. Faleceu no ano
seguinte, devido a problemas de saúde.
1. Carlos Chagas (1879-1934), médico brasileiro descobridor
da doença de Chagas
Em 1905, colaborou nos esforços para a erradicação da
malária na cidade de Itatinga, no estado de São Paulo. Ficou conhecido nos
meios científicos ao defender o combate da malária através do uso de
inseticida, formulando a teoria da transmissão domiciliar da doença.
Chagas dedicou-se também à pesquisa de outras doenças
endêmicas. Por exemplo, descreveu o tripanossoma – o protozoário causador da
doença de Chagas – dando-lhe o nome de Tripanossoma cruzi, em homenagem ao
mestre Oswaldo Cruz. A descoberta da nova condição e dos meios profiláticos
para combatê-la começaram a se disseminar em escala internacional, de forma que
a Sociedade Brasileira de Patologia batizou a nova doença com o nome de seu
descobridor.
Chagas ainda foi convidado pelo presidente da República,
Venceslau Brás, a organizar as medidas sanitárias para o combate à gripe
espanhola no Rio de Janeiro, num momento em que dois terços da população
estavam contaminados. Em 1919, foi criado o Departamento Nacional de Saúde
Pública, que passou a ser dirigido por Chagas.
Em 1925, o cientista tornou-se professor da Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, foi fundado o Curso Especial de
Higiene e Saúde Pública, instituição pioneira na pesquisa e difusão dos
conhecimentos de microbiologia.
Ainda em 1925, Chagas foi agraciado com o prêmio Kümmel, da
Universidade de Hamburgo. Em seus últimos anos, recebeu um grande número de honrarias,
títulos e condecorações, em homenagem a toda uma vida dedicada à pesquisa e à
saúde pública. Fonte: hypescience.com
Leia também:
Leia também:
Se copiar a matéria não
deixe de colocar a fonte,
Honestidade é tudo no
meio virtual e ajuda bastante.
Se puder clique nas
propagandas isso ajuda o Blog ficar no ar.
OBRIGADO PELA AJUDA!
Iron Tecno
0 comentários:
Postar um comentário