F5 Tiger da FAB, foi um caça como este o que fez a interceptação.
A guerra das Malvinas respingou por aqui no Brasil. Um dos
episódios foi bem incomum, dois caças brasileiros tiveram que interceptar um
bombardeiro britânico em pleno oceano atlântico. Saiba aqui como o brasil
interceptou um bombardeiro inglês.
Em junho de 1982 a guerra das Malvinas estava quase no fim,
porém continuava com extrema violência. Os ingleses realizavam longas missões
de bombardeio partindo da ilha Ascensão no meio do oceano entre o Brasil e a
costa da Africa. Estas missões eram realizadas pelos já veteranos bombardeiros
Vulcan, que foram concebidos para carregar armamento atômico, e que como todo
design da década de 60, padecia de um grave problema, a autonomia.
Em cada missão os Vulcan precisavam de uma complicada
logística de abastecimento aéreo que era um verdadeiro pesadelo, qualquer
minima falha e os Vulcans nunca regressariam a base. Ao todo 7 missões de
bombardeio foram realizadas, chamadas de Black Buck. Os Vulcans eram
abastecidos na ida e na volta das operações.
Vulcan. Um bombardeiro inglês como este foi o interceptado.
Neste contexto, no dia 3 de junho de 1982 os radares
brasileiros captam um contato entrando no espaço aéreo. Nestes casos é
necessária uma resposta rápida e contundente, quer seja que o contato captado
no radar esteja com problemas ou esteja testando a resposta das defesas aéreas
do país (como fazem os russos toda hora) é necessário mostrar que se esta
preparado e a altura das circunstancias. O capitão Raul Dias, hoje
major-brigadeiro lembra:
Eu e um colega íamos decolar para outra missão naquele dia.
Só que pelos radares da defesa aérea foram identificados quatro aviões vindos
do mar para o Rio de Janeiro e que, pela velocidade, sabia-se que era uma
aeronave a jato. Não se sabia, porém, qual era o tipo de avião, pois, no
momento do problema, as normas britânicas diziam para silenciar o rádio e
aproarem, no caso, no Rio de Janeiro. Só mais tarde, eles iriam solicitar
um pouso de emergência ou algo do gênero.
F5 Tiger da FAB ( Força aérea brasileira )
Os aviões britânicos estavam a mais de 100 milhas da costa
brasileira. Ou seja, eles foram identificados no limite máximo da detecção do
radar da época, entre 150 e 200 milhas. Em seguida, três deles saíram. A partir
do momento que foi acionado o alerta, soou uma sirene. E o controle de
coordenação, por meio do rádio, acionou o código para a situação: Rojão de
fogo, que indicava uma missão real.””Foi a primeira e última vez que ouvi o
código e ali eu sabia que estava engajado em uma missão de verdade e que estava
decolando para entrar em combate. Os caças tiveram os canhões carregados,
porque a gente já voava com a capacidade
máxima de cartuchos, só não estávamos com a bala na agulha
nos canhões de 20mm. Então, decolamos para fazer a interceptação sem saber de
quem se tratava.”
Não era qualquer saída de treino, desta vez era uma situação
real. Para se ter uma ideia foi a primeira e única vez desde a segunda guerra
mundial que o 1o Grupo de Caça era acionado. Na missão foram usados os famosos
F-5E Tiger da FAB de fabricação americana estes caças podiam carregar mísseis
Ar-Ar e eram supersônicos.
“Decolamos e tem um detalhe: a torre de Santa Cruz nos
passou direto para a defesa aérea. Recebemos a instrução para chegar a uma
altitude de 36 mil pés e nos deram a subida com pós-combustão, um movimento de
rápida aceleração — houve até a quebra da barreira do som próximo ao Rio, o que
foi muito comentado na cidade. Era, evidentemente, uma consequência da missão,
e não uma firula. Embora nós não estivéssemos com mísseis, tínhamos 560
cartuchos de dois canhões 20 mm em cada F-5. Mas, claro, não foi um duelo entre
caças. Mas nós decolamos sem saber com o que iríamos deparar. Quando avistei o
Vulcan, eu disse: ‘espadas dois cobertura’ e assumi posição de combate. O Vulcan
era um avião majestoso. Eu tentei, então, fazer a comunicação e ele, em um
primeiro momento, manteve o rádio em silêncio. Quando ele respondeu, eu o
orientei — porque eu estava recebendo orientações da defesa aérea — e ligado no
canal internacional de emergência, pelo qual passei as coordenadas para o
bombardeiro. Depois, nós o escoltamos até o Galeão.”
O Vulcan vinha com um problema no sistema de reabastecimento
aéreo, o que o condenou a pousar no Brasil. Eles não conseguiriam chegar a
nenhum outro lugar. A tripulação tinham essa ordem, porém sem saber ao certo
qual seria a reação do Brasil em relação a invasão do espaço aéreo.
“O piloto do
Vulcan passou por uma situação limite, até porque não tinham ideia de que
seriam interceptados tão cedo. Achavam que pousariam no Rio sem que fossem
interceptados. Subestimaram nossa capacidade. Eles devem ter pensado: ‘será que
vão nos derrubar?’. Nós éramos latinos, vizinhos da Argentina, será que, nesse
contexto, não seria possível um ataque? Até nós falarmos que iríamos
escoltá-los, acompanhar o pouso, deve ter sido uma angústia para eles. Quando o
dispositivo de reabastecimento em voo quebrou, eles já sabiam que teriam de
pousar no Brasil.”
No final tudo saiu bem e o Vulcan foi escoltado até o
aeroporto do Galeão. Este evento, nem tão conhecido, chacoalhou a vida do Rio
de Janeiro e do
Brasil e mostrou o profissionalismo e capacidade da FAB. Fonte: www.instigatorium
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