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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Foi inaugurado na França a primeira estrada solar do mundo



A rota de 1km – que está localizada em uma pequena vila na Normandia – será usada por cerca de 2 mil motoristas durante o período de testes de dois anos. A França inaugurou a primeira estrada solar do mundo (22/12/2016) em uma pequena vila Tourouvre-au-Perche, na Normandia. A rota de 1 km é coberta por 2.800 metros quadrados de painéis de geração de energia elétrica. O anúncio foi feito no final de 2016 pelo ministro da ecologia da francês, Ségolène Royal, segundo o jornal britânico The Guardian.


A obra – que teve um custou de 5 milhões de euros – foi financiada pelo governo francês e construída pela Wattway, empresa pertencente a Colas, gigante grupo de telecomunicações local, em parceria com o INES (Instituto Nacional Francês para Energia Solar). A previsão é que a rota será utilizada por cerca de 2 mil motoristas diariamente durante o período de testes de dois anos. Após esse período, será definido se ela poderá gerar energia suficiente para a iluminação pública na vila de 3.400 moradores. Os painéis foram feitos com uma resina contendo folhas finas de silício, muito resistentes para suportar todo o tráfego.

A Normandia não é conhecida pelo seu excesso de sol, tendo cerca de 44 dias de forte sol por ano, em comparação com 170 na cidade de Marselha. O ministro Royal disse ao The Guardian que gostaria de ver painéis solares instalados em um a cada 1.000 km de estrada francesa – a França tem um total de 1 milhão de quilômetros de estradas. Porém, os painéis colocados em superfícies planas têm se mostrado menos eficientes do que os instalados em áreas inclinadas, como telhados. Os críticos dizem que não é um uso econômico do dinheiro público. Marc Jedliczka, vice-presidente da Rede para a Transição Energética (CLER) disse ao jornal francês Le Monde: “É sem dúvida um avanço tecnológico, mas para desenvolver as energias renováveis, existem outras prioridades que um gadget do qual estamos mais certos de que é muito caro do que o fato de ele funcionar.”


Já Jean-Louis Bal, presidente do sindicato de energia renovável SER, disse ao The Guardian: “Temos que olhar para o custo, a produção [de eletricidade] e sua vida útil. Por enquanto eu não tenho as respostas. ”

A Wattway diz que espera reduzir os custos de produção dos painéis solares e tem cerca de 100 outros projetos para as estradas com painéis solares – metade na França e metade no exterior.


A energia solar é renovável, além de considerada limpa, pois não polui e nem emite gases de efeito estufa, os grandes causadores do aquecimento global e das Mudanças Climáticas no mundo. Por isso, iniciativas como essa devem ser valorizadas pelos consumidores. Consumir energia de forma consciente é optar por fontes mais sustentáveis já existentes, demandar do mercado soluções de qualidade e em quantidade adequadas e prestigiar políticas públicas que facilitem a viabilidade de aplicação dessas alternativas em larga escala.

Críticas à "estrada solar"


O projeto rfoi alvo de críticas de diversas organizações ambientalistas que consideram seu custo, de 5 milhões de euros, exagerado para a quantidade de energia que pode produzir.

"Sem dúvida é um avanço técnico, mas para desenvolver as energias renováveis há outras prioridades do que este brinquedo que sabemos que é muito caro, mas não funciona bem", disse ao jornal Le Monde o vice-presidente da Rede para a Transição Energética (CLER), Marc Jedliczka.

O preço do quilowatt produzido nesta via solar chega a 17 euros, frente aos 1,3 euros para a geração de em uma instalação fotovoltaica – que produz volts de energia por meio da luz solar – em um telhado. Os especialistas destacam que as instalações inclinadas são mais eficientes na hora de produzir eletricidade, uma desvantagem desta iniciativa, pois está em posição horizontal. Os responsáveis pelo projeto sustentam que o trecho inaugurado hoje é uma prova de que o preço da infraestrutura diminuirá à medida que aumente a demanda, o que barateará também o custo da energia produzida. Em 2020, disseram, o preço do quilowatt produzido em uma estrada solar será similar ao de outra usina de energia solar.
Fonte: O Arquivo

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