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terça-feira, 7 de janeiro de 2020

TVs 'espiãs' monitoraram 11 milhões de famílias desde 2014 - Tire suas conclusões


As incríveis TVs da marca Vizio são, há muito tempo, as mais vendidas nos Estados Unidos. A tecnologia de ponta e o preço abaixo da média do mercado explicam facilmente o porquê. Porém, uma informação divulgada recentemente deixou de cabelo em pé seus usuários: a empresa vigia e rastreia, por meio da televisão, a conduta das famílias consumidoras. Com a técnica chamada automated content recognition, a TV é capaz de identificar o que as pessoas estão assistindo. Ela comparava as sequências de pixels com uma base de dados sobre os clientes da própria fabricante ...

e, com isso, identificada os hábitos de consumo. Sem o consentimento dos usuários, essas informações eram oferecidas a anunciantes com a finalidade de que eles fizessem propagandas direcionadas. Toda a rotina das famílias poderia ser analisada, mesmo que os clientes não soubessem e não tivessem sido questionados. Segundo o governo norte-americano, 11 milhões de famílias foram monitoradas desde maio de 2014, o que dá uma quantidade e tanto de informações, convenhamos.


Multa e Desculpas

O escândalo só veio a tona quando a fabricante das televisões foi vendida para a chinesa Le Eco, só no segundo semestre do ano passado. Um documento acabou revelando a prática, e ainda mais: a Vizio pretendia criar uma empresa só para explorar os dados coletados dos seus clientes. O governo norte-americano multou a Vizio em cerca de R$ 6,8 milhões. Em nota oficial, a empresa pediu desculpas aos clientes e afirmou que o monitoramento pode ser desligado em uma função nas configurações das TV. É preciso desabilitar o Smart Interactivity.


Esse não é o primeiro caso

Em 2015 um alerta na política de privacidade de TVs conectadas da Samsung deixou os consumidores preocupados. Quando o telespectador utiliza comandos de voz para controlar o aparelho, as conversas em frente à TV são gravadas e transmitidas para um servidor, colocando em risco a privacidade do telespectador. O televisor "espião", entretanto, pode ser considerado menos invasivo do que telefones celulares. Para Renato Opice Blum, advogado especializado em direito eletrônico, não há motivo para se alarmar mesmo que você tenha feito ou falado na frente da TV coisas que não gostaria que ninguém ouvisse. “Garanto que é muito mais seguro utilizar sua TV com reconhecimento de voz do que outros dispositivos com o mesmo recurso, como smartphones e tablets”, afirma. “E vários fabricantes nem fazem esse tipo de alerta ao consumidor, como faz a Samsung.”

O televisor é mais confiável do que o celular porque só reconhece determinadas palavras pré-programadas, o que torna seu alcance restrito. O recurso de gravação só é acionado quando uma palavra pré-programada é dita. Ou seja, o televisor só gravará a frase "Vem cá, gostosa", por exemplo, se o usuário disser a palavra pré-programada "filme". Nos smartphones e tablets, não existe essa limitação, e as chances do aparelho “escutar” demais são muito maiores. Existe também a questão da mobilidade. O celular acompanha o usuário o tempo todo, e o recurso acaba sendo usado com muito mais frequência do que no televisor instalado na sala de estar.

Em comunicado a Samsung revelou que emprega proteções e práticas de segurança padrão da indústria, incluindo criptografia de dados para proteger as informações pessoais dos consumidores e evitar a coleta ou o uso não autorizado. A empresa ressalta ainda que o reconhecimento de voz pode ser facilmente ativado (quando o ícone de um microfone aparece na tela) ou desativado, se o consumidor se sentir incomodado. Ao consentir e ativar a função, os dados de voz do usuário são fornecidos a uma empresa terceira, cujo nome não foi citado, que transforma a fala em texto para a execução dos comandos com a ajuda de um servidor. A Samsung afirma que os dados não são armazenados ou redirecionados para outros fins.

Segundo Blum, a iniciativa da Samsung está correta e de acordo com o Marco Civil da Internet. Mas ele admite que o caso não ganharia tanta repercussão se houvesse mais clareza na hora de repassar essa informação ao usuário. De acordo com a política de privacidade do fabricante de TVs, o consumidor deve estar ciente de que, “se suas palavras incluírem informações pessoais ou confidenciais, essas informações estarão entre os dados capturados e transmitidos para terceiros por meio do uso do reconhecimento de voz”. Para Blum, a empresa deveria detalhar melhor como funciona e qual a finalidade de gravar os dados de voz. “É preciso deixar claro para o consumidor que o objetivo principal do recurso não é gravar mensagens para se escutar depois, mas, sim, aprimorar o serviço. Além disso, o usuário tem o direito de saber quem são os ‘terceiros’ que recebem as informações da casa do usuário.”


O medo das tecnologias espiãs

Quem tem o costume de acompanhar sites de tecnologia ou sites e fóruns sobre conspirações, já deve ter esbarrado em algum tipo de matéria a respeito de analistas e especialistas que alertam para o perigo de certas tecnologias, do ponto de vista da perda de privacidade. Algumas ações estão sendo movidas contra Google e Facebook, pois tais gigantes da tecnologia estariam fazendo uso de dados dos usuários para ter vantagem mercadológica e publicitária (clique AQUI e AQUI para entender melhor). Tal fato mostra a amplitude e importância dada a tais tipos de vigilância.

Quem nunca se sentiu intimidado pela forma direta que os anúncios publicitários parecem apresentar para o usuário produtos sobre os quais ele recém havia pesquisado em sites de compras? Do ponto de vista dos conspiracionistas, governos através de suas agências - como por exemplo a NSA nos EUA -, e até mesmo através de acordos secretos com redes sociais, acabam participando dessa "brincadeira". Esse tipo de vigilância existiria para promover a segurança, mas há quem duvide que essa seja a única finalidade. A critica e a desconfiança em relação ao assunto não tem tanto haver com os mecanismos que rastreiam os locais onde os usuários trafegam na internet, mas sim como isso pode afetar a privacidade desses usuários caso esses dados caiam em mãos erradas, como hackers por exemplo. Outra dúvida diz respeito a segurança dos servidores onde nossos dados são armazenados.


No caso dos supostos órgãos governamentais que espionam a vida das pessoas, teóricos da conspiração alegam que tal tecnologias na mão de governos inescrupulosos pode acabar colocando na mira dos "espiões" rivais políticos, e assim permitindo ao detentor de tal "poder" tirar vantagens em uma possível disputa política, o que fere o princípio de uma eleição. Outra alegação desse grupo afirma que em posse de dados do povo, pode-se traçar perfis detalhados que acabam facilitando o uso de medidas voltadas para a manipulação das massas. Deixando as teorias e paranoias de lado, muitos especialistas em segurança e tecnologia afirmam que a forma com que as pessoas usam as redes sociais e a internet de um modo geral, e principalmente o tipo de conteúdo postado nesses ambientes, pode representar o maior risco de privacidade do ponto de vista individual. Cada pessoa deve usar práticas seguras e não postar conteúdos que possam ser utilizados por xeretas de plantão. Fonte:Yahoo Olhar Digita Notícias da TV



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