"Focamos em métodos de bioprodução escalonáveis e no uso de processos industriais na produção de nosso material. Os resultados foram promissores."
Couro sintético biotecnológico
A pele dos animais é um material excelente, permitindo aproveitar todo esse subproduto da agroindústria alimentícia. Mas o processo de curtimento do couro gera emissões significativas de cromo, que são prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana.
Os couros sintéticos também não se saem muito bem no quesito meio ambiente, além de não atenderem a todos os requisitos de qualidade e durabilidade do couro animal.
Por isso, uma equipe do Centro de Pesquisas Técnicas (VTT), na Finlândia, começou a pesquisar novos materiais de base biológica para criar uma nova geração de couro sintético, mas mais parecido com o natural.
Eles encontram no micélio, a parte vegetativa de um fungo, a matéria-prima adequada para produzir um material semelhante ao couro e que ainda é adequada para a produção industrial.
Fungos e cogumelos têm sido utilizados na fabricação de tecidos e acessórios há séculos. Mas agora parece que essa tradição poderá finalmente ser convertida para a fabricação em larga escala e grandes volumes.
"O micélio fúngico pode ser usado para produzir rapidamente material semelhante à pele [animal], com sensação e resistência à tração bastante semelhantes às da pele animal," disse o pesquisador Geza Szilvay.
Couros artificiais à base de fungos não são exatamente uma novidade, com vários produtos já tendo sido produzidos dessa forma. No entanto, o gargalo está na produção em escala industrial.
"Focamos em métodos de bioprodução escalonáveis e no uso de processos industriais na produção do nosso material. Os resultados foram promissores," contou Szilvay.
Vale a pena investir nessa linha porque o processo de produção de couro à base de fungos representa o melhor da economia circular: um lixo orgânico pode ser usado como matéria-prima para o couro sintético - micélio fúngico pode produzir material semelhante à pele a partir de, por exemplo, resíduos de alimentos.
A equipe afirma que continuará a trabalhar na melhoria das propriedades do couro à base de fungos. "Em seguida, queremos adicionar novas propriedades ao material e melhorar, por exemplo, sua resistência ao desgaste com a ajuda da biotecnologia. Já fabricamos materiais com micélio fúngico que produzem novos tipos de biopolímeros no material," disse Szilvay.
Fonte: Inovação Tecnológica.com.br
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