Os aviões do futuro terão certamente asas
morfológicas, ou metamórficas, asas que mudam de formato para cada
situação de voo.
Modificar a forma das asas para atingir o máximo desempenho
aerodinâmico deverá ajudar a reduzir os custos de combustível e reduzir as
emissões dos aviões. Essa capacidade de adaptação ajudará ainda a reduzir
o ruído e a vibração, aumentando o conforto e a segurança dos passageiros.
E essa tecnologia inteligente também terá aplicações em
setores muito diferentes da aviação: Sistemas sensoriais eletroativos
incorporados podem ser instalados, por exemplo, em turbinas eólicas, hélices de
navios e até em carros.
Sensores de fibra óptica
O projeto SMS, financiado pela União Europeia, está
começando um teste tecnológico de asa morfológica instalando sensores baseados
em uma nova geração de fibras ópticas que fazem medições de pressão em tempo
real durante o voo, coletando os dados necessários para que as asas se adaptem
às condições sempre variáveis no céu.
O veículo de testes é nada menos do que um Airbus A320, que
irá coletar dados em voo. Esses dados servirão para fundamentar o projeto de
novas asas com extremidades móveis. O primeiro protótipo deverá ser capaz de
atingir pelo menos 1% de redução no consumo de combustível e cerca de 0,5% nas
emissões de CO2, segundo as simulações.
"Uma coisa que torna o projeto SMS único é o grau em
que o sistema sensorial em desenvolvimento está ligado à ativação em tempo
real.
"É assim que as aves de rapina operam em voo. Seus
sistemas sensoriais internos capturam flutuações de pressão, que são
instantaneamente analisadas e usadas através de seu sistema de penas, ailerons
e asas em múltiplas escalas, para otimizar o desempenho aerodinâmico em tempo
real. Isso permite que essas aves mergulhem rapidamente sobre a presa de forma
silenciosa e eficiente, aumentando a sustentação e diminuindo o arrasto.
Adaptar a forma e o comportamento vibratório das asas de um avião em tempo real
tem o mesmo efeito," explicou Marianna Braza, do Instituto Nacional
Politécnico de Toulouse, na França.
Asas com músculos artificiais
Os
sensores de fibra óptica inéditos lançados pelo projeto fazem parte de um
sistema conhecido como "morfologia eletroativa híbrida" - ligeiras
variações de pressão captadas pelos sensores são transmitidas para um flap
deformável na asa, projetado para controlar o nível de sustentação para cada
situação, como decolagem, cruzeiro e pouso.
As
mudanças na forma do flap são feitas por ligas com memória de forma - também
conhecidas como músculos artificiais - que estão incorporadas na
estrutura. Essas ligas lembram sua forma original e, quando deformadas, podem
retornar à sua forma inicial - recentemente, a agência espacial alemã (DLR)
demonstrou um dos protótipos de flap biônico que deverão ser testados
pela equipe, inspirado em uma planta carnívora.
"Esse
comportamento imita o desempenho das penas dos pássaros em voo",
prosseguiu Braza. "É claro que os pássaros nunca voam em velocidade de
cruzeiro, então o projeto SMS é apenas parcialmente bioinspirado." fonte inovaçãotecnologica
A NASA
também já está testando sua asa que muda de formato, seguido das maiores potências.
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