Nova York pode afundar, diz Greenpeace
No ano 2080, Manhattan e Xangai poderão estar debaixo d'água, secas e enchentes
serão mais extremas e centenas de milhões de pessoas estarão em risco de fome,
falta d'água e doenças. O quadro é pintado pelo diretor da campanha de clima do
Greenpeace, Steve Sawyer, caso os países falhem em reduzir as emissões de gases
de efeito estufa. "Estamos falando da submersão de ilhas, de Bombaim, de
Xangai, de Nova York", disse Sawyer em Nova Déli, durante a Oitava
Conferência das Partes da Convenção do Clima. O encontro, que reúne
representantes de 184 países, tem como objetivo regulamentar a entrada em
vigor, no ano que vem, do Protocolo de Kyoto, acordo internacional rejeitado
pelos EUA, que prevê a redução de 5,2% dos gases-estufa pelos países
industrializados em 2012, em relação aos níveis de 1990. "A maioria das
cidades costeiras se tornará inóspita", afirmou Sawyer. (DA REUTERS) Fonte:Folha de são paulo
Quatro metros. Essa
foi o a elevação estimada do nível das águas do rio Hudson quando Nova
York mergulhou no caos da tempestade Sandy, há duas semanas, gerando
imagens marcantes, como as ruas do distrito financeiro transformadas em lagos e
as linhas do metrô inundadas, parecendo salões de um navio naufragado.
Naquela madrugada do dia 30 de outubro, Nova York afundou
alguns centímetros, quiçá metros, ainda que tenha emergido com igual rapidez
pouco tempo depois. Mas, afundou. À luz da ciência, o cenário perturbador
parece o prenúncio de um futuro dominado pela maré cheia, onde parte da cidade
inevitavelmente sucumbirá.
Estudos para corroborar tal tese se multiplicam a cada
Katrina, Irene e Sandy, que acompanham as temporadas anuais de furacões nos
Estados Unidos. O mais recente, feito pelo think tank norte-americano Climate
Center, uma entidade especializada em questões de mudanças climáticas,
traça um cenário preocupante: há pelo menos uma chance em seis de que, em 2100,
os visitantes da Big Apple tenham que estacionar suas gôndolas – e não seus
carros – em Wall Street.
A entidade criou um mapa online onde é possível
verificar as projeção da elevação do nível do mar até o final do século em um
mundo em aquecimento constante. Com uma elevação de até dois metros no nível
das águas, prevista para 2100, toda a parte baixa de Nova York estaria sob
risco de submergir.
Em um artigo assinado em conjunto na página de opiniões
do New York Times, Cynthia Rosenzweig, cientista da Agência Americana de
Estudos Espaciais (NASA) e William Solecki, diretor do Instituto de Sustentabilidade da
Universidade da Cidade de Nova York, destacam que a ameaça à costa americana é
real e antiga.
“Ao longo dos últimos
100 anos, a região da parte baixa de Manhattan [Lower Manhattan] já
experimentou aumentos de 10 centímetros nas águas do mar”, escreveram os
cientistas, lançando em seguida a pergunta mais urgente: agora que Nova York sofreu
inundações costeiras devastadoras, como poderemos recuperar a cidade garantindo
a infraestrutura necessária para enfrentar as inevitáveis tempestades
futuras e minimizar perdas?
Barragens
Já começam a pipocar as sugestões. No caso de Sandy, muitos
especialistas sugerem que uma barreira no mar poderia ter minimizado a
tempestade mortal e o aumento das águas do rio que banha a cidade. Soluções
conhecidas de nossos dias, como as paredes artificiais criadas para proteger
Londres de enchentes ou as comportas que impedem a Holanda de
desaparecer sob as águas.
A vantagem dessa abordagem é que ela permite a passagem de
navios e ao mesmo tempo protege o porto durante os piores incidentes. Depois
que a tempestade passa, o sistema reabre e a vida pode voltar ao normal.
Nada de ruas inudadas, nem metrôs alagados. Os custos
obviamento são astronômicos. As obras do portão do mar holandês, conhecido pelo
impronunciável nome de Oosterscheldedam, engoliram nada menos do que 4 bilhões
de dólares.
Não é de se espantar que o principal obstáculo para
implementar um projeto dessa magnitude na cidade de Nova York resida justamente
no custo, algo entre 10 e 17 bilhões de dólares, pelos cálculos do pesquisador
da Universidade de Amsterdã Jeron Aert, que foi contratado por Nova York em
2009 para avaliar os riscos de inundação e propôr alternativas de proteção.
Em entrevista ao NY Times, ele disse que, na ocasião, as
autoridades inicialmente preferiram centrar esforços em opções mais baratas e
menos intrusivas, como edifícios a prova de inundações e zonas húmidas de
expansão para absorver mais água. Depois de Sandy, talvez eles mudem de ideia.
Segundo uma estimativa inicial do chefe de controlodaria do
estado de Nova York, Thomas DiNapoli, Nova York pode acumular até 18 bilhões de
dólares em prejuízos temporários, ou seja, aqueles gerados pelas interrupções
dos negócios diários – de Wall Street ao comércio local das regiões do norte.
Já os danos permanentes, que incluem estragos à
infraestrutura da cidade e propiedades, chegam a 200 milhões de dólares por
dia, podendo somar até 1 bilhão de dólares no total, disse DiNapoli à agência
Reuters. Fonte: exame
Lamentável mas foi o destino que a humanidade escolheu.
Ninguém quer abandonar seu estilo de vida de vírus e se tornar uma célula na Terra então a natureza é implacável.
Infelizmente somos vírus na Terra e não células
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