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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Crianças estragadas pela internet


Uma geração de crianças estragadas

Fazia tempo que não topava com uma situação em que alguém conseguia verbalizar de forma tão clara ideias que eu concatenava, sem expressar.

Foi o que aconteceu ao ler na revista Veja a entrevista com Julie Lythcott-Haims, ex-reitora de Stanford, a respeito do exagerado paternalismo dos dias atuais, que tem como consequência a formação dos chamados “adultos-crianças”, sujeitos que foram mimados e super-protegidos a vida inteira, não construindo uma carapaça sólida o suficiente para lidar com as intempéries da vida.
Lythcott Haims, os define da seguinte forma:


Trata-se de pessoas que não se sentem capazes de tomar as próprias decisões nem de lidar com contratempos e decepções. Ao primeiro sinal de problemas, pegam o telefone ou teclam para os pais para pedir orientação. Ora, um adulto é, por definição, alguém capaz de refletir e descobrir como lidar com determinada situação.
O facebook é uma ferramenta excelente para analisar o modo como a criação das crianças está distorcida. As famílias, até pelo custo de vida, optam por um número baixo de filhos, a grande maioria, um ou dois, e suas vidas se tornam pequenas monarquias, formando príncipes e princesas para uma vida utópica, descolada da realidade.

O fenômeno não é recente. Já temos uma geração de adultos dotada de tais características, e a tendência é que isso se transmita de maneira intensificada à geração seguinte.
Julie elenca inclusive as formas como isso se revela no mercado de trabalho:

Sim, o exemplo perfeito aqui são as startups do Vale do Silício, que oferecem infinitos mimos a seus empregados. Eles trabalham muito duro, mas todo o ambiente é voltado para satisfazer a suas necessidades, incluindo a de diversão. A comida é preparada por chefs ótimos, as roupas de todo são lavadas lá. Eu me pergunto: por que tantos adultos dessa geração vão para a “terra das startups” e o mundo da tecnologia? Porque o local de trabalho foi adaptado para ser uma extensão da casa da infância deles. Mas o que acontece se alguém começa sua vida profissional num lugar assim e depois vai para um lugar tradicional? Certamente ficará muito desapontado. E talvez não consiga se adaptar.

Em seus estudos sobre o tema a autora categorizou os principais erros dos pais, que desaguam na formação de adultos incapazes de lidar com o fracasso:

Os pais superprotetores são aqueles que acreditam que qualquer coisa pode machucar seus filhos e, por isso, preferem que eles estejam sempre dentro do seu campo de visão. Tomam sempre o partido das crianças contra quem quer que seja – o juiz do jogo de futebol ou o professor que as criticou – e costumam dizer que todo esforço dos filhos é “perfeito”. Os que pecam pelo “superdirecionamento” são os que definem o que seus filhos devem estudar, como devem brincar, que atividades devem praticar e em que nível, que faculdades valem a pena, que curso é melhor fazer, que carreira precisam seguir. 


Ao invés dos pais criarem seus filhos de modo a prepará-los para o dia em que não estiverem mais lá para supri-los, realizam exatamente o contrário, cobrindo-os de todo apupo possível, incapacitando-os de se virar por conta própria quando, seguindo a natureza seu curso natural, não estiverem mais lá para ajudá-los.
Em primeiro lugar, eles têm de aceitar o fato de que seu trabalho, como pais, é sair desse cargo algum dia. E que o objetivo é criar aquela pequena pessoa para que ela seja capaz de se cuidar. Não se trata de largar os filhos no meio da floresta para que se virem. Mas, no século XXI, cuidar de si próprio significa escrever seu currículo sozinho, fazer uma entrevista de trabalho, arrumar um emprego. E ter as habilidades necessárias para manter-se empregado, ser capaz de trabalhar duro e em equipe, ganhar um salário, pagar suas contas, ser gentil com os demais, descobrir como ir de um lugar a outro, cozinhar… E tudo isso sem ter de, a toda hora, perguntar à mamãe ou ao papai como se faz. Imaginar que algo pode fazer com que você um dia não esteja mais aqui para ajudar seu filho é um bom exercício: “E se alguma coisa acontecer comigo?”. Nenhum de nós quer imaginar isso, mas é nosso dever como pais mamíferos prepara nossa cria para esse triste dia.Por Renan Alves da Cruz


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