Um forte terremoto de magnitude de 6,0 abalou o norte da Califórnia na madrugada deste domingo, deixando dois feridos em estado grave e outros 89 com lesões menores, informaram as autoridades americanas.
Também foram registrados vários incêndios, que atingiram uma casa e um trailer, além de bloqueios de estrada na região vinícola de Napa - acrescentaram as autoridades. Segundo especialistas, este foi o sismo mais forte na baía de São Francisco desde o terremoto de magnitude 6,9 de Loma Prieta, em 1989.
O governador da Califórnia, Edmund Brown, declarou estado de emergência na região de Napa, devido aos danos em infraestrutura, casas e estradas bloqueadas.
Pelo menos duas pessoas ficaram gravemente feridas, segundo o Departamento de Bombeiros da cidade de Napa. Um funcionário do Hospital Queen of the Valley disse à AFP que 89 pacientes estavam sendo atendidos por lesões menores. Fonte: www.ligadonosul.com.br
A falha geológica de San Andreas, que corta de norte a sul o Estado americano da Califórnia, é uma das mais estudadas do planeta e também a mais temida dos Estados Unidos.
O que muitas pessoas não sabem é que, pouco mais ao norte, em frente à costa noroeste do país, existe outra falha geológica que, segundo os cientistas, em um futuro próximo, poderá provocar um terremoto maior do que o que teve origem na falha de San Andreas em 1906 e devastou a cidade de San Francisco.
É a falha submarina de Cascadia que, com mais de 1,1 mil quilômetros, vai desde a Província canadense da Colúmbia Britânica até o norte da Califórnia.
A Cascadia está na zona de subducção da placa de Juan de Fuca e a placa da América do Norte e, até o meio da década de 1980, os cientistas não tinham total consciência do perigo que ela representa. Esta falha submarina é capaz de provocar tremores de uma magnitude acima dos nove graus, acompanhados de tsunamis parecidos com que o que arrasou a costa norte do Japão em 2011.
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O desconhecimento sobre o perigo que representa a falha de Cascadia foi demonstrado há poucos dias, depois da publicação de um artigo sobre ela na revista The New Yorker.
Agora, graças aos estudos dos sedimentos costeiros, os cientistas conseguiram determinar que a falha de Cascadia já causou mais de 40 tremores de terra nos últimos dez mil anos, provocando terremotos superiores aos nove graus com um intervalo de cerca de 500 anos, apesar de também poder causar terremotos com intervalos de apenas 200 anos.
O último tremor causado por esta falha geológica ocorreu há mais de 300 anos e se calcula que tenha tido uma magnitude entre 8,7 e 9,2 graus.
E os especialistas alertam que o noroeste dos Estados Unidos não está preparado para uma catástrofe deste tipo.
Segundo os cálculos da Agência Federal para o Gerenciamento de Emergências dos Estados Unidos (FEMA, em sua sigla em inglês) se houver uma ruptura total da falha, o terremoto e o tsunami subsequente vão provocar a morte de mais de 13 mil pessoas, afetando gravemente cidades como Seattle, Olimpia, Portland e Salem.
Hiato nos terremotos
Glenn Biasi e Kate Scharer, do Serviço Geológico dos EUA, analisaram longos registros paleossísmicos das falhas de San Andreas, San Jacinto e Hayward nos últimos 1.000 anos, para tentar entender por que essas três falhas principais no oeste do país parecem tão quietas e determinar a probabilidade de que elas possam dar origem a um grande terremoto no futuro próximo.
Eles descobriram que o hiato nesses grandes terremotos na Califórnia, observado nos últimos 100 anos, era muito improvável e dificilmente poderia ser previsto - ao longo das linhas de falha haveria uma chance de meros 0,3% de que esse hiato ocorresse, considerando os dados do milênio anterior.
Os resultados enfatizam que este hiato não tem precedentes nos últimos 1.000 anos analisados, que ele é excepcional e que o hiato não é uma questão estatística criada por registros paleossísmicos incompletos.
Futuros terremotos na Califórnia
A análise indica que os próximos 100 anos de terremotos na Califórnia, ao longo dessas três falhas principais, podem ser muito menos calmos. "Se nosso trabalho estiver correto, o próximo século não será como o último, mas poderia ser mais parecido com o século que terminou em 1918," disse Biasi.
Entre 1800 e 1918 houve oito terremotos de ruptura de placas ao longo das três falhas, incluindo o conhecido terremoto de 1906 em São Francisco e a ruptura similar de San Carlos em 1857, no sul da Califórnia. Mas nada tão grande ocorreu desde então.
"Nós sabemos que essas grandes falhas têm que carregar a maior parte do movimento [tectônico] na Califórnia e, mais cedo ou mais tarde, elas precisam escorregar," disse Biasi. "As únicas perguntas são como elas vão escorregar e quando."
Estudar mais
Os pesquisadores afirmam que gostariam que mais sismólogos se concentrassem nas razões por trás do atual hiato.
Pode haver interações de longo alcance mais fortes entre as falhas do que os geólogos suspeitam, ou pode haver características desconhecidas do manto e da crosta inferior abaixo das falhas que afetem a probabilidade de terremotos de ruptura do solo e que poderiam explicar o atual hiato e revelar sua provável duração.
Estudar essas possibilidades e compreender esses hipotéticos mecanismos poderia ajudar a dissipar as preocupações de que terremotos devastadores possam assolar uma das áreas mais desenvolvidas do mundo, com uma concentração enorme de empresas de alta tecnologia, causando perdas de até milhões de vida e um impacto econômico de alcance mundial. Fonte: inovacaotecnologica.com
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