Massa das ondas
sonoras
As ondas sonoras são uma forma de antigravidade porque têm
massa negativa.
Esta é a conclusão impressionante de um trio de físicos
teóricos dos EUA, Itália e Suíça.
"Nós demonstramos que, de fato, as ondas sonoras
carregam massa - em particular, massa gravitacional. Isto implica que uma onda
sonora não só é afetada pela gravidade, mas também gera um minúsculo campo
gravitacional, um aspecto não apreciado até agora. Nossas descobertas são
também válidas para meios não-relativísticos, e podem ter implicações
experimentais intrigantes," disse Angelo Esposito, da Universidade de
Colúmbia, nos EUA.
A teoria assume condições newtonianas, o que significa dizer
que o efeito não está relacionado à teoria quântica ou à equivalência de
energia e massa conhecidas da relatividade. Em outras palavras, mesmo ignorando
a relatividade geral, que associa energia e massa, as ondas sonoras continuam
transportando uma pequena quantidade de massa, de acordo com a teoria.
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Isto ocorre graças aos fônons, unidades quânticas das ondas
de som, que interagem com um campo gravitacional de uma forma que
"exige" que elas transportem massa à medida que se movem.
Para uma onda sonora de 1 watt e duração de 1 segundo
viajando na água, por exemplo, a quantidade de massa seria de cerca de 0,1
miligrama. "É simplesmente uma fração da massa total do sistema que viaja
com a onda, sendo deslocada de um lugar para outro," disse Esposito.
Em termos mais gerais, os cálculos indicam que, para ondas
sonoras comuns na maioria dos materiais, a massa transportada é igual à energia
da onda sonora multiplicada por um fator que depende da velocidade do som e da
densidade de massa do meio.
Antigravidade
O mais intrigante é que a massa transportada pelas ondas
sonoras revela-se negativa. Quando as ondas sonoras entram em um material, elas
fazem uma "sangria", uma depleção de massa, e não uma adição de
massa. Assim, ondas sonoras em um campo gravitacional devem flutuar um pouco
para cima, como um objeto flutuante na água - uma espécie de antigravidade.
Os três pesquisadores não têm ainda uma explicação física
clara dos seus resultados matemáticos. "Nós temos confiança nos resultados
porque a matemática que descreve sólidos e fluidos é muito semelhante. Mas
tentar interpretar esses resultados no nível microscópico para sólidos é
atualmente confuso," disse Alberto Nicolis.
De fato, explicar como a massa flui parece razoável nos
líquidos, onde uma parte das partículas do meio pode viajar na direção
contrária ao movimento da onda sonora. Mas como isso pode ocorrer nos sólidos é
algo ainda aberto à imaginação.
Mas o trio afirma que sua teoria deve ser testável em
experimentos com átomos ultrafrios, ou possivelmente em observações de
terremotos, que geram fortes ondas sonoras através da crosta terrestre - a
massa associada a elas pode chegar a 100 bilhões de quilogramas, o que poderia
ser registrado em sensores sensíveis de monitoramento gravitacional.
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