Eletricidade das plantas
Uma equipe interdisciplinar de pesquisadores do Instituto
Italiano de Tecnologia afirma ter comprovado que as plantas vivas são
literalmente uma fonte de energia verde a ser explorada.
Essa mesma equipe já havia inovado com uma planta
robótica, um robô que cresce como uma planta.
Agora, Fabian Meder e seus colegas demonstraram que as
folhas das plantas naturais podem gerar eletricidade quando são tocadas por um
material adequado ou pelo vento. Segundo seus experimentos, "uma única
folha pode gerar mais de 150 Volts, o suficiente para alimentar simultaneamente
100 lâmpadas LED".
Assim, o objetivo passou a ser construir não um robô-árvore,
mas uma árvore-robô, uma espécie de árvore híbrida, feita de folhas naturais e
artificiais, que funciona como um gerador elétrico verde, convertendo o vento
em eletricidade.
A folha é capaz de acumular cargas elétricas em sua
superfície devido a um processo chamado "eletrificação de contato".
Essas cargas são então imediatamente transmitidas para o tecido interno da
planta, que funciona de forma semelhante a um "cabo" e transporta a
eletricidade para outras partes da planta.
O truque foi conectar à planta um capacitor, um componente
eletrônico que acumula cargas elétricas. O capacitor, de 1 µF (microFarad),
acumula as cargas e então as dispara rapidamente para os LEDs.
Chás para baixar o colesterol
"Tocando uma área de 4,5 cm2 de uma única folha
de Rhododendron já gera energia suficiente para acender 100 LEDs
simultaneamente durante cada impacto [com] diferentes circuitos de coleta. As
cargas geradas pela folha podem ser armazenadas em um capacitor de 1 µF,"
escreveu a equipe.
Robôs-plantas e
plantas robóticas
Para otimizar o efeito, Meder e seus colegas modificaram uma
pequena árvore chamada oleandro (Nerum oleander), dotando-a de folhas
artificiais que tocam as folhas naturais. Quando o vento sopra e move as
folhas, essa árvore híbrida produz eletricidade.
A eletricidade gerada aumenta quanto mais as folhas são
tocadas. Consequentemente, o mecanismo pode ser facilmente ampliado, explorando
toda a superfície da folhagem de uma árvore ou mesmo de uma floresta, garante a
equipe, criando uma nova forma de coleta da energia eólica.
Com estes resultados promissores, a equipe já recebeu
financiamento para demonstrar essa possibilidade de escalonamento da técnica,
levando adiante seu conceito em um projeto batizado de Growbot, um
"robô que cresce" em tradução livre.
O objetivo é construir robôs bioinspirados que implementem
movimentos de crescimento semelhantes ao tropismo das plantas. Os novos robôs
serão, em parte, alimentados pela nova fonte de energia derivada do movimento
das folhas, visando demonstrar que as plantas podem se tornar uma fonte de
eletricidade no futuro, acessível em todo o mundo e sem emitir poluentes.
0 comentários:
Postar um comentário