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quinta-feira, 18 de abril de 2019

Diz a revista alemã que o Brasil está fabricando a Bomba Nuclear




O Itamaraty tanto fez que conseguiu. E Lula também! Já se começa a suspeitar mais agudamente do programa nuclear brasileiro. E não sem razão aos menos a lógica. O raciocínio exposto por Lula é este: quem tem arma nuclear não pode exigir que o outro não tenha. Na entrevista ao El País, de que falo acima, chegou a mostrar ao jornalista o trecho da Constituição que trata do assunto: ela nos proíbe de ter a bomba e dá ao Congresso a palavra final sobre energia nuclear. E daí? No Irã e, tudo indica, o mundo começa a voltar os olhos para o Brasil , o que se teme é o programa nuclear secreto.

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Leiam texto de Hans Rühle publicado na revista alemã Der Spiegel, intitulado O Brasil está desenvolvendo a bomba?. Publico a tradução abaixo. Volto em seguida.
 Rex Nazaré e a Bomba Nuclear brasileira

Presidente Luiz Inácio Da Silva o Lula

Em outubro de 2009, a renomada revista americana Foreign Policy publicou um artigo intitulado As futuras potências nucleares com as quais você deve se preocupar (The Future Nuclear Powers You Should Be Worried About). Segundo o autor, Cazaquistão, Bangladesh, Mianmar, Emirados Árabes e Venezuela são os próximos candidatos depois do Irã   a membros do clube das potências nucleares. Apesar de suas interessantes evidências, o autor deixou de mencionar a potência nuclear virtualmente mais importante: o Brasil.


Hoje em dia, o Brasil é visto com alta estima pelo resto do mundo. Seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou um astro no cenário internacional. Esse é o cara, disse certa feita o presidente dos EUA, Barack Obama, em um elogio ao parceiro. Lula, como se sabe, pode até mesmo receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, com todas as honras, numa demonstração de apoio a seu programa nuclear, em razão do qual o Irã enfrenta o ostracismo no resto do mundo.


A autoconfiança de Lula é um indicativo da reivindicação do Brasil de assumir o status de grande potência inclusive em termos militares. A reivindicação militar está refletida na Estratégia Nacional de Defesa, que foi apresentada no fim de 2008. Além do domínio do ciclo completo do combustível nuclear que já foi conquistado , o documento trata da construção de submarinos nucleares.

 Perto de construir a bomba

Pode soar inofensivo, mas não é, porque o termo submarino nuclear poderia ser, de fato, uma fachada para um programa de armas nucleares. O Brasil já teve três programas nucleares secretos entre 1975 e 1990, cada uma das Forças Armadas buscando seu próprio caminho. A atuação da Marinha provou ser a mais bem-sucedida: usa centrífugas importadas de alta performance para produzir urânio altamente enriquecido, a partir de hexafluoreto de urânio, para poder operar pequenos reatores para submarinos. No momento certo, a capacidade nuclear recém-adquirida do país seria revelada ao mundo com uma explosão nuclear pacífica, seguindo o exemplo já dado pela Índia. Um poço de 300 metros para o teste já tinha sido perfurado. Segundo declarações do ex-presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 1990, os militares brasileiros estavam prestes a construir uma bomba.


 Mas isso nunca aconteceu. Durante a democratização do Brasil, os programas nucleares secretos foram efetivamente abandonados. Segundo a Constituição de 1988, as atividades nucleares ficaram restritas a usos pacíficos. O Brasil ratificou em 1994 o Tratado de Proibição de Armas Nucleares na América Latina e Caribe e, em 1998, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear e o Tratado Abrangente de Proibição de Testes Nucleares. O flerte do Brasil com a bomba aparentemente havia terminado.

Ex Ministro Militar afirma que o Brasil sabe fazer a bomba

Sob Lula, entretanto, este flerte volta a predominar, e os brasileiros estão se tornando cada vez menos hesitantes em brincar com sua com sua própria opção nuclear. Poucos meses depois da posse de Lula, em 2003, o país retomou oficialmente o desenvolvimento de um submarino nuclear.

Já durante a campanha eleitoral, Lula criticou o Tratado de Não-Proliferação, chamando-o de injusto e obsoleto. Apesar de o Brasil não ter denunciado o tratado, tornou evidentemente mais difíceis as condições de trabalho dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A situação se tornou tensa em abril de 2004, quando foi negado à AIEA acesso ilimitado a uma instalação de enriquecimento recém-construída em Resende, perto do Rio de Janeiro. O governo brasileiro também deixou claro que não pretendia assinar o protocolo adicional do Tratado de Não-Proliferação, o que permitira a inspeção de instalações sem aviso prévio.

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Em meados de janeiro de 2009 durante uma reunião do Grupo dos Fornecedores Nucleares, seis países que trabalham pela não proliferação por intermédio do controle da exportação de materiais nucleares , os motivos dessa política restritiva ficaram claros: o representante do Brasil fez de tudo para combater as exigências que tornariam transparente o programa do submarino nuclear.

 Aberto à negociação

Por que todo esse sigilo? O que há para esconder no desenvolvimento de pequenos reatores para mover submarinos, sistemas que vários países possuem há décadas? A resposta é tão simples quanto perturbadora. Também o Brasil, provavelmente, está desenvolvendo algo mais do que declarou: armas nucleares. O vice-presidente José Alencar apresentou uma razão quando defendeu abertamente a obtenção de armas nucleares pelo Brasil, em setembro de 2009. Para um país com uma fronteira de 15 mil quilômetros e ricas reservas de petróleo em alto-mar, disse Alencar, essas armas não seriam apenas uma ferramenta importante de dissuasão, mas também dariam ao Brasil os meios para aumentar sua importância no cenário internacional. Quando se lembrou que o Brasil tinha assinado o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, Alencar reagiu calmamente, afirmando que era um assunto aberto à negociação.

Como exatamente o Brasil poderia produzir armas nucleares? A resposta, infelizmente, é que isso seria relativamente fácil. Uma precondição para a fabricação legal de pequenos reatores para os motores de submarino é que o material nuclear regulado pela AIEA seja aprovado. Como o Brasil define suas instalações para a construção do submarino nuclear como áreas militares restritas, os inspetores da AIEA não têm acesso a elas. Em outras palavras: assim que o urânio enriquecido fornecido legalmente passa pelo portão da instalação onde os submarinos estão sendo construídos, ele pode ser utilizado para qualquer propósito, incluindo a produção de armas nucleares. E como quase todos os submarinos nucleares funcionam com urânio altamente enriquecido, o mesmo utilizado nas armas, o Brasil pode facilmente justificar a produção de combustível nuclear altamente enriquecido.

Mesmo sem nenhuma prova definitiva das atividades nucleares do Brasil (ainda), eventos passados sugerem que é altamente provável que o Brasil esteja desenvolvendo armas nucleares. Nem a proibição constitucional nem o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares impedirão que isso aconteça. Bastaria a Lula dizer que o EUA não têm o direito do monopólio das armas nucleares nas Américas para obter uma autorização do Congresso. Se isso acontecesse, a América Latina não mais seria uma zona livre de armas nucleares e a antevisão de Obama de um mundo livre de armas nucleares estaria acabada.
Voltei

O Brasil e a bomba der Spiegela agora entrevista o ideólogo

Não estou endossando o texto da Der Spiegel. Nem acho que seria tão simples obter do Congresso a tal autorização. O fato é que as declarações do governo brasileiro sobre esse tema não poderiam ser mais infelizes. Essa desconfiança sobre o Brasil não é recente. Ela cresce por causa da posição estúpida do país em relação ao Irã. De resto, não custa lembrar de novo: a argumentação de Lula ou todos têm a bomba ou ninguém conduz o mundo a uma corrida nuclear. É o nosso pacifista em ação.

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 Hans Rühle, especialista em energia nuclear, escreveu um artigo para a revista alemã Der Spiegel levantando a suspeita na verdade, apontando o que ele considera indícios de que o governo Lula atua para chegar à bomba nuclear. Segundo ele, potencialmente, o  Brasil está mais perto de consegui-la do que outros países incluídos numa lista de suspeitos. Essa é mais uma das conquistas da política externa brasileira conduzida por Lula e Celso Amorim.

A defesa que o Brasil faz do programa nuclear iraniano joga uma sombra de suspeição sobre o programa nuclear brasileiro, nem todo ele submetido ao controle da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). Mais: segundo o governo brasileiro, quem tem bomba não pode exigir que o outro não a tenha. Lido de outro modo: se um tem, todos podem ter. Estamos diante do primado da corrida nuclear.

O debate está crescendo. O Brasil está entrando na lista dos suspeitos. A versão online da Der Spiegel publica hoje uma entrevista com Samuel Pinheiro Guimarães, o verdadeiro mentor intelectual da guinada para a esquerda do Itamaraty. Atualmente, ele ocupa a Sealopra, aquela ex-Secretaria de Assuntos de Longo Prazo (?), rebatizada de Assuntos Estratégicos. Guimarães nega a intenção de fazer a bomba, é claro. Mas concede uma entrevista que só vai alimentar as suspeitas.

Ele reafirmou o caráter pacífico do programa nuclear brasileiro, reitera a disposição constitucional a respeito e diz que o Brasil preserva seus reatores da inspeção da AIEA porque se trata de segredo industrial, já que representa o desenvolvimento de uma tecnologia nacional. Diz ainda que um artefato nuclear requer urânio enriquecido a 90%, e o que, no Brasil, chega-se, no máximo, a 19%.

O embaixador já criticou a adesão do Brasil ao Tratando de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Ele tenta explicar por quê. Segundo afirma, o tratado busca impedir uma guerra, mas não impede a disseminação de armas atômicas. Diz que as potências não cumprem o compromisso do desarmamento, mas forçam a mão na questão da não-proliferação.

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É nesse ponto que o discurso do governo brasileiro começa a ficar ambíguo: dá a entender que, já que uma coisa não é cumprida, a outra também pode ser descumprida.  Junte-se essa conversa mole ao apoio incondicional ao Irã e ao fato de que, com efeito, parte do programa nuclear brasileiro não passa por inspeção, e a confusão está formada.

Guimarães insiste também na tese de que existe uma espécie de conspiração dos países ricos contra os emergentes: tentariam evitar o desenvolvimento da energia nuclear  por razões puramente econômicas. Quanto ao Irã, diz que a ONU nunca sustentou que o país está fabricando a bomba e que o Brasil é soberano para se relacionar com quem quiser.

A revista lembra que tal posição pode comprometer a intenção do país de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Segundo Guimarães, isso pouco importa porque o Brasil não se deixará chantagear (!).
Resumo da ópera: se era para Samuel Pinheiro Guimarães desfazer a má impressão que a posição do Brasil já causa hoje no mundo, conseguiu fazer o contrário. Fonte: www.noticiasagricolas.com.br

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