Especialista em estratégia militar e ex-ministro Alberto
Mendes Cardoso, ex-chefe da Casa Militar e do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) no governo Fernando Henrique Cardoso, confirmou nessa
segunda-feira que o Brasil já domina o conhecimento e, se quisesse, poderia
dirigir a tecnologia à construção da bomba nuclear.
Uma das maiores autoridades do País em energia nuclear, com
35 anos de atividade no setor, o professor do Instituto Militar de Engenharia
(IME) do Exército, Rex Nazaré Alves, também confirmou, conforme noticiou
o Jornal do Brasil no domingo, que o País já domina o conhecimento e
a tecnologia necessária para a fabricação da bomba. Ele diz que se o País
tivesse interesse, desenvolveria a bomba atômica porque já atingiu um padrão de
conhecimento.
Rex Nazaré
"O Brasil cumpre seus compromissos
internacionais", afirmou Alves, que foi assessor especial do Ministério da
Ciência e Tecnologia, do GSI e atualmente dirige o departamento de Tecnologia
da Fundação ao Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Alves não é
favorável à bomba, mas diz que o Brasil deve desenvolver e dominar toda a
cadeia do conhecimento. "O respeito surge quando a outra parte se faz
respeitar. Um dos princípios é o desenvolvimento. Tem que dominar a tecnologia
nuclear e todas as outras, senão não é desenvolvimento. Desse ponto de vista
temos todo o conhecimento", afirmou.
Alves também lembra que o Brasil é fiel à Constituição e aos
tratados e que se optasse por construir a bomba, acabaria com a paz no
continente Sul Americano.
O livro do professor para aulas por R$ 14,90
"Não é necessário ter a bomba. O importante é ter as
condições para fabricar", completa o general Cardoso. A posição do
ex-ministro de FHC e de Alves coincidem com as descobertas do físico Dalton
Girão Ellery Barroso, do IME, sobre o avanço da pesquisa brasileira para o
domínio do conhecimento sobre a bomba atômica.
No livro A Física dos Explosivos Nucleares, onde
publica a maior parte de sua tese de doutorado no IME, Barroso mostra cálculos
e equações em que desvendou a figura de uma ogiva nuclear americana, a W-87,
cujo modelo original era mantido em segredo. O que se sabia, até então, eram as
dimensões externas da ogiva. Barroso foi ao interior da figura. Chegou a
resultados aceitáveis pela comunidade científica usando um sistema de cálculos
computacionais que ele mesmo criou para fazer o cruzamento de modelos físicos e
matemáticos conhecidos. No final, acertou até a potência do artefato, que tem
300 quilotons.
As conclusões provocaram uma reação da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA), entidade que fiscaliza os programas nucleares no
mundo, que tentou retirar de circulação o livro com a tese Simulação Numérica
de Detonações termonucleares em Meios Híbridos de Fissão-Fusão Implodidos pela
Radiação.
O caso provocou um conflito de posições entre os ministros
da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Exteriores, Celso Amorim. Jobim refutou
as suspeitas de que o Brasil pudesse estar fazendo experimentos nucleares e
garantiu o trabalho do físico brasileiro. Senadores da Comissão de Relações
Exteriores e Defesa pretendem convocar Jobim, Amorim e outras autoridades
militares para explicar o caso no Congresso. Fonte: www.terra.com.br
0 comentários:
Postar um comentário